14/05/2022 - 12:44
Levantamento feito pelo jornal o Globo mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser o primeiro candidato com mais de 50% de rejeição a chegar no segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil. O levantamento também mostra que, há cinco meses das eleições, os pré-candidatos só foram tão rejeitados nas eleições de 1989.
De acordo com a pesquisa, feita a partir do banco de dados do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop/Unicamp), Datafolha, Ibope e Ipec, 55% dos entrevistados dizem que não votariam em Jair Bolsonaro. Em agosto de 2018, há menos de dois meses do primeiro turno da eleição, esse número era de 39%.
+Fim de semana terá Lua de Sangue “triplamente especial”
Já Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, tem 37% de rejeição, contra 34% em 2018.
Rejeição só tem paralelo com a de Ulysses Guimarães
A última vez que um candidato teve mais de 50% de rejeição foi o ex-deputado Ulysses Guimarães na eleição de 1989.
O pleito foi o primeiro com voto direto para presidente desde o fim da ditadura militar e Ulysses era tido como sucessor do governo de José Sarney, que terminou o seu mandato mal avaliado. 52% disseram que não votariam em Ulysses naquela eleição. O resultado foi que ele teve pouco mais de 4% de votos e terminou o primeiro turno na sétima colocação.
Número é o pior para um presidente que busca reeleição
O índice de rejeição do presidente Jair Bolsonaro acompanha a reprovação do seu governo. De acordo com pesquisa PoderData publicada na última sexta-feira (13), 56% da população desaprova o seu governo e 36% aprova.
Desde que existe reeleição no Brasil, em 1998, a rejeição de Bolsonaro é a maior da série histórica para um mandatário que busca o segundo mandato. Em 1998 Fernando Henrique Cardoso tinha 25% de rejeição; em 2006, Lula tinha 26% e Dilma Rousseff, que até então tinha o maior número, era rejeitada por 35% em 2014. Os três conseguiram a reeleição.