O publicitário Washington Olivetto, que morreu neste domingo aos 73 anos, criou obras-primas da publicidade brasileira, incluindo slogans e comerciais inesquecíveis.

As histórias de muitas das suas criações são contadas no livro “Direto de Washington – W. Olivetto por ele mesmo”.

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Relembre abaixo alguns dos slogans e campanhas inesquecíveis:

  • O primeiro sutiã a gente nunca esquece – para a Valisère
  • Democracia Corinthiana – para o Corinthians
  • Deu duro? Tome um Dreher – para a Dreher
  • O Garoto Bombril – para a Bombril
  • Compre Baton, compre Baton – para a Garoto
  • Dê férias para os seus pés – para a Rider
  • O cachorro da Copaf : Turbogás Cofap: o melhor amigo do carro e do dono do carro – para a Cofap
  • Chambinho, o queijinho do coração – para a Chamburcy/Nestlé
  • Não tem comparação – Brastemp
  • Gordinhos do DDD – para a Embratel
  • BRA de Brasil Bra de Bradesco – para o Bradesco
  • Hitler e campanha do Rato que cantava o número do telefone dois, dois, quatro, quatro mil – para a Folha de S.Paulo

Frases de Olivetto

“O cartão é mais importante do que as flores”.

“Aprendi com o passar dos ano que as coisas que realmente valem a pena na vida ou custam caro, ou são de graça”

“Já fiz publicidade quase sem dinheiro, mas reconheço que com dinheiro é bem mais fácil.”

“Dizíamos que tudo que precisasse de muitas reuniões não valia a pena. Ilustrávamos o fato com uma frase minha que virou um lema: Tudo que não der pra gente decidir em pé é porque não deve ser feito.”

“Publicidade sempre foi uma contadora de história e utiliza os melhores recursos para deixar a história mais divertida ou mais talentosa. Se você precisar de um recurso de um ator para contar melhor uma história não há nenhum pecado nisso. E é claro que o Super-Homem não voa de verdade. É publicidade, ou então é cinema, gente! É entretenimento. Se você elimina da vida a arte de seduzir, acabou o mundo”.

“Vale a pena refletir sobre como os clichês nascem, crescem e morrem rapidamente nesta sociedade que não lê, mas opina.”

“Sempre será possível causar altíssimo impacto, ter resultados espetaculares e realmente emocionar as pessoas com coisas absolutamente simples e convencionais.”

“Quando eu era bem jovem, existia um tipo de chato que convidava os amigos para comer um fondue na sua casa e ver os slides da viagem que ele e a mulher tinham feito. O que é o Instagram senão a projeção de slides dos chatos? Mas com uma diferença: não tem fondue.”

“Fumei muito durante anos, sabendo que fazia mal. Em 2001, quando fui sequestrado e passei 53 dias dentro de um cubículo sem cigarros, resolvi que levaria pelo menos um benefício daquele trágico episódio: parar de vez com o cigarro.”

‘Obras-primas da publicidade’

Ao compilar uma centena de comerciais publicitários mais relevantes da história, em 1999, a escritora norte-americana Bernice Kanner listou dois filmes criados por Olivetto como obras-primas da publicidade.

No primeiro deles, de 1987, o publicitário criou a campanha “meu primeiro sutiã” para a marca de roupa íntima Valisère. O comercial foi estrelado pela atriz Patrícia Luchesi, à época alçada à fama pela repercussão da campanha.

No filme, uma jovem de 12 anos recebia de presente um sutiã da marca, cunhando a mensagem “o primeiro Valisère a gente nunca esquece”.

No mesmo ano, viria o segundo filme listado por Bernice Kanner como um dos mais importantes da história. A agência W/Brasil desenvolveu o comercial Hittler, para o jornal Folha de S.Paulo. A ação ganhou repercussão e garantiu mais um Leão de ouro do Cannes Lions para Olivetto.

Em 2001, Olivetto foi um dos vencedores do Prêmio Clio, com uma campanha publicitária desenvolvida para a revista Época.

Em 2016, o publicitário foi reconhecido pela Lisbon International Advertising Festival com o Prêmio Carreira. No ano anterior, havia sido escolhido como um dos membros do Creative Hall of Fame, da One Club, entre outras honrarias.

Com informações do Estadão Conteúdo