18/09/2002 - 7:00
A pulseira de couro marrom com costuras amarelas remete às bolsas que fizeram a glória da casa. O fundo do relógio, em tom café, mantém o elo com a tradição da grife francesa. Mas é no monograma estampado na coroa ? o onipresente LV ? que se concentra o fetiche da série Tambour. Eles são os primeiros relógios fabricados com o selo da centenária Louis Vuitton. Vêm depois dos sapatos, dos acessórios e das roupas, demonstrando que a mais famosa fabricante de malas do mundo
já não vê fronteiras à expansão dos seus produtos de luxo. ?Passamos a medir o tempo?, resume Romeo Bonadio, coordenador
de marketing da LV do Brasil. Os oito modelos que chegam ao País nos próximos dias são conseqüência de três anos de preparo e de um longo acúmulo de experiência e tecnologia. O grupo Vuitton comprou três marcas suíças famosas ? entre elas a Zenith, fabricante de alguns dos mais requintados mecanismos do mundo
? e posicionou-se para disputar o mercado de relógios de moda com suas próprias cores. O público potencial para a novidade pode ser medido pelo sucesso da Gucci, que atua no mesmo segmento e vende 800 mil unidades por ano.
?No lançamento da série Tambour no Japão vendemos 160 relógios em 48 horas. Foi uma loucura?, diz Bonadio. Mais até do que um peça de estilo e qualidade, boa parte dos compradores aspira ter em casa um exemplar da primeira coleção de relógios LV. ?Eles são um marco?, diz o gerente da Vuitton. Quem se animar a fazer essa compra no Brasil deve se preparar para um gasto elevado. O modelo mais simples, a quartzo, custará cerca de R$ 4.800, nas versões masculina e feminina. Quem quiser o cronógrafo automático pagará não menos que R$ 10.000. Cinco afortunados já reservaram para si os exemplares destinados ao Brasil do modelo Louis Vuitton Cup ? uma jóia de alta relojoaria com 277 peças móveis, dos quais foram fabricados apenas 277 exemplares. Cada um deles custa R$ 26 mil. É requinte para poucos em mais de um sentido.