O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,38% em abril, ante 0,16% em março, divulgou nesta sexta-feira, 10, o IBGE.

No ano, a inflação acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.  A meta de inflação para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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O IPCA veio um pouco acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,35% em abril, acumulando em 12 meses alta de 3,66%.

Apesar de ter acelerado, o IPCA de abril foi o resultado mais baixo para o mês desde 2021, quando ficou em 0,31%.

O que puxou a alta

Em abril, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços.

Os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%) foram os destaques no índice de abril, sendo responsáveis pelos maiores impactos, ambos com 0,15 ponto percentual.

“Saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de preços dos produtos farmacêuticos (2,84%), em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março”, diz André Almeida, gerente do IPCA.

Nos alimentos, os destaques de alta foram mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%), em meio a menor oferta desses produtos. “Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”, destacou o pesquisador.

O Banco Central vem destacando uma maior preocupação com possível pressão de salários sobre os preços diante do mercado de trabalho aquecido, além de uma maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica, notando que a inflação de serviços subjacente segue em nível elevado.

O BC decidiu reduzir nesta semana o ritmo de afrouxamento monetário ao fazer um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,50% ao ano, abandonando sua indicação sobre o futuro dos juros básicos.