Os R$ 17 bilhões em investimentos previstos para as rodovias do lote 2 do Paraná ajudam a explicar a baixa concorrência no leilão promovido nesta sexta-feira, 29, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho. A impossibilidade de grandes concessionárias participarem por causa de pendências com contratos “estressados” também foi citada por ele como impeditivo para uma maior participação.

“Esse projeto tem um capex muito elevado, o que limita a quantidade de empresas com capacidade financeira de arcar com investimento desse tamanho”, afirmou. Em entrevista recente ao Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o ministro disse que esperava cerca de quatro concorrentes na disputa.

O governador do Paraná, Ratinho Júnior, afirmou não estar surpreso com uma disputa menor, citando também o alto valor previsto. Contudo, avalia que “o que importa é ter empresas de qualidade que consigam cumprir os contratos”.

O primeiro lote, que contou com apenas dois participantes, tinha R$ 13,1 bilhões previstos em investimento. Dos R$ 17 bilhões para o lote 2, aproximadamente R$ 6,5 bilhões devem ser destinados a custos operacionais e outros R$ 10,8 bilhões a obras de melhoria, como duplicações e construção de faixas adicionais.

O trecho leiloado hoje foi arrematado pela EPR, plataforma de investimentos em concessões públicas de rodovias e mobilidade, com desconto de 0,08%. O grupo resulta da parceria entre a Equipav e a Perfin, gestora de fundos de investimentos em infraestrutura.

Concessionárias

Como outra justificativa para a baixa concorrência no certame disputado hoje na sede da B3, Renan Filho voltou a falar sobre a necessidade de repactuar contratos anteriores. Isso porque as empresas que têm pendências em concessões não podem participar de novos leilões.

“O Brasil nos últimos anos assassinou as concessionárias com contratos sem saúde financeira. Estamos trabalhando para trazer as operadoras de volta”, disse.

Até o momento, o Ministério dos Transportes enviou duas propostas de repactuação de contratos para o Tribunal de Contas da União (TCU): Eco-101 (ES) e BR-163 (MS), segundo Renan Filho. “O plano é otimizar para trazer as concessionárias de volta para os investimentos em concessões já existentes e, depois, novos leilões”.