14/02/2022 - 18:00
Marilia Fontes, sócia da casa de análise de investimentos Nord Research, acredita que as oportunidades para a renda fixa em 2022 estão nos ativos pós-fixados, atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e à Selic, taxa básica de juros.
Isso, porque a rentabilidade desses investimentos sempre cresce, ainda mais em um ano eleitoral e com a taxa de juros dos Estados Unidos prevista para aumentar. E, se o banco central americano subir muito a taxa deles, no Brasil também sobe. “Isso traz volatilidade e aumenta o risco da taxa de juros subir ainda mais. Por isso, evitaria prefixado.”
A economista é a convidada do novo episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, apresentado pelo educador financeiro Fabrício Duarte. Nele, fala ainda de títulos pós-fixados ou prefixados de curto prazo como alternativa para render um pouco mais do que a Selic, desde que o investidor fique atento ao risco do banco.
Ela aposta na manutenção da Selic acima de dois dígitos e que o ano todo vai ser bastante rentabilizado e positivo para quem não quer correr risco. “Se a Selic chegar a 12%, vai dar uma rentabilidade de 1% ao mês, o que é excepcional.”
Cuidados com renda fixa em 2022
Sobre crédito privado, a economista acredita que pode valer a pena a aposta, mas não todos. “Existe a chance de eles renderem um pouco a mais do que o título público. Mas, se for ruim, há mais chance de quebrar”, afirma. “É preciso, então, fazer uma análise criteriosa do crédito para ver se compensa.”
Ela aponta que empresas que trabalham mais alavancadas, como as de crescimento, estão sofrendo. Por isso, é preciso ter cuidado e acompanhar a macroeconomia, que influencia na taxa de juros que afeta diretamente o resultado das empresas, especialmente as alavancadas.
Com um cenário de Selic elevada, forte volatilidade e chegada das eleições, cautela é o nome do jogo para Marilia. “É preciso ser mais cauteloso, esperar o momento certo para atacar. E não agir como uma metralhadora atirando para todos os lados”, orienta. “É preciso ser um sniper (atirador de alta precisão), que espera o momento certo e não toma risco o tempo todo.”
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