15/01/2024 - 13:00
Construir um patrimônio que te permita ter uma renda passiva é o desejo de muitos brasileiros que já investem em ações. Uma das formas de garantir esse dinheiro é investir em empresas que distribuem dividendos.
Dividendos são proventos pagos por empresas de capital aberto e são as favoritas de quem não quer correr riscos quando vai investir. Mas garantir uma renda passiva com essas ações exige organização e planejamento na hora de montar uma carteira de investimentos.
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“Dividendos são uma remuneração paga pela própria empresa no qual a pessoa investe. Por isso, na medida em que você é sócio ou sócia da empresa, está basicamente transferindo dinheiro da conta de investimentos para a conta corrente. A título de ilustração, se você possuía R$1 mil investidos numa ação e recebeu R$ 100 de dividendos, você não passará a ter R$ 1.100. Pelo contrário, você continuará tendo os mesmos R$ 1 mil, só que agora, R$ 900 serão investidos e R$ 100 terão sido transferidos para a conta corrente via dividendo”, explicou Felipe Spritzer, Fundador e CEO da Portfel.
Especialistas ouvidos pela IstoÉ Dinheiro falam como começar a garantir uma renda passiva com essas ações.
Escolha empresas sólidas
A primeira dica que os especialistas reforçam é que o investidor deve priorizar empresas sólidas e líderes de mercado.
“O primeiro passo é priorizar empresas líderes de mercado e presentes em setores resilientes da economia, com baixo risco de competição e baixa vulnerabilidade de suas margens de lucro frente ao comportamento adverso do juros e da inflação global como companhias de geração e transmissão de energia, seguros diversificados, bancos, armazenagem e beneficiamento de grãos e serviços de pós colheita, saneamento, commodities com menor grau cíclico como fabricação de papel e celulose, cloro, soda, PVC e agronegócio diversificado”, indicou Angelo belitardo, gestor da Hike Capital.
Dividendos x Valorização
Uma confusão muito comum de ser feita é o recebimento de dividendos com a valorização das ações. O analista Ricardo Schweitzer explica qual é a diferença entre as duas coisas.
“O investidor deve compreender a diferença entre receber dividendos e lucrar com a valorização das ações. Uma estratégia de dividendos foca na geração de renda regular, enquanto a valorização das ações envolve comprar ações com a esperança de vendê-las por um preço maior no futuro”, reforçou.
Fique atento às oportunidades
Analisar o mercado financeiro é uma tarefa difícil que requer estudo para o investidor. Muitas vezes quando o mercado está em liquidação é quando você deve comprar participações em empresas consolidadas e que geram dividendos. O CEO da VG Research, Vicente Guimarães, explica melhor esse ponto.
“Aqueles momentos em que os preços caem, mas os resultados das empresas permanecem os mesmos, são grandes oportunidades. Imagine que você é proprietário de uma fazenda produtora de leite. Quanto mais vacas se tem, mais leite é produzido. Se o preço das vacas de qualidade cair será uma boa notícia para a sua produção, não é mesmo? Quanto menor o valor, mais vacas você conseguirá adquirir, mais leite produzirá e, portanto, maior o ganho. O mesmo ocorre com as ações: elas são nossas vacas leiteiras e nós somos os fazendeiros e o leite é o dividendo que irá alimentar a sua liberdade financeira no futuro. Aproveite os momentos em que o mercado entra em liquidação para adquirir suas vacas leiteiras (ações de dividendos)”, explicou.
Pesquise o histórico de dividendos pagos
A pesquisa também é algo essencial para garantir um dinheiro com os dividendos. André Vasconcelos, Vice-Presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) dá algumas dicas de como saber se a companhia é boa pagadora.
“Analisar quais são as companhias abertas com razoável histórico de dividendos e dividend yield sustentável (chamadas “boas pagadoras”), assim como é fundamental avaliar ratios financeiros, a dinâmica de crescimento do dividendo e, se possível, o perfil de diversificação e liquidez dos ativos. Na construção de uma carteira, o investidor deve priorizar empresas com sólidos fundamentos, receitas estáveis e histórico de dividendos. Companhias abertas que possuem um histórico consistente de pagamento de dividendos costumam ser escolhas atraentes para quem busca renda mensal”, afirmou.
Confira abaixo a lista de melhores pagadores
Reinvista e foque nos dividendos anuais
Planejamento também pode querer dizer que é preciso focar no médio prazo e não em dividendos mensais, que são valores muito pequenos. Guimarães explica que é preciso focar em dividendos anuais, que são maiores. Além disso, ele afirma que o reinvestimento é essencial para garantir uma renda maior.
“O investidor precisa entender que as empresas não pagam dividendos mensalmente. Algumas até pagam um valor mensal, mas é um valor muito pequeno, de 1 a 2 centavos. Então o investidor deve focar no dividendo anual. É uma métrica mais confiável. Entretanto, com uma carteira bem diversificada é possível que o investidor obtenha um bom fluxo de dividendos durante o ano. O reinvestimento dos dividendos será responsável, no longo prazo, por mais de 50% do seu resultado”, encerrou.
