Banco Central aumentou a taxa básica de juros nesta quarta-feira, 18, de 14,75% para 15% ao ano. Com a alta da Selic, o que muda na rentabilidade dos investimentos?

A taxa básica de juros dita o retorno de diversas aplicações financeiras, uma vez que vários títulos costumam ser atrelados ou acompanhar Selic.

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Com mais esse aumento, a Selic segue registrando a maior taxa em dezoito anos. Isso significa que os investimentos em renda fixa tendem a render um pouco mais, com retorno que continuam superando a inflação e rentabilidade bem maior que a da caderneta de poupança.

Levantamento da plataforma Yubb mostra que o retorno projetado para os próximos 12 meses nas principais aplicações de renda fixa pode variar de 2,14% e 11,15%, já descontada a inflação esperada para o período, de 5,53%, e considerando a Selic mantida em 15% ao ano. Veja abaixo as simulações:

Como ficam os investimentos com a Selic em 15% ao ano

InvestimentoRendimento brutoRendimento líquidoInflaçãoRendimento real
Poupança nova*7,50%7,50%5,25%2,14%
Poupança antiga*7,50%7,50%5,25%2,14%
Tesouro SELIC14,90%11,92%5,25%6,34%
CDB banco médio17,14%13,71%5,25%8,04%
CDB banco grande11,18%8,94%5,25%3,51%
LC17,88%14,30%5,25%8,60%
LCA*14,60%14,60%5,25%8,89%
LCI*15,05%15,05%5,25%9,31%
RDB17,28%13,83%5,25%8,15%
Debênture incentivada*16,99%16,99%5,25%11,15%

*Os investimentos marcados com asterisco (*) são isentos de imposto de renda. *Para os rendimentos líquidos, foi aplicada uma alíquota de 20,00% de imposto de renda, referente a prazos de vencimento entre 181 e 360 dias. *A inflação utilizada para 2025 é de 5,25%, baseada no Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil, publicado em 16 de junho de 2025.

Renda fixa ainda mais atrativa

Como é possível ver no quadro acima, um investimento no Tesouro Selic vai ter um rendimento líquido real (descontada a inflação e imposto de renda) de 6,34% ao ano. O índice é maior que o da poupança, que vai pagar 2,14% em 12 meses.

No CDB, o investidor deve pesquisar em que banco colocar seu dinheiro. De acordo com a plataforma, o rendimento pode variar entre 3,51% e 8,04% ao ano, dependendo da instituição e porte do banco.

Em aplicações com isenção de Imposto de Renda, como LCI, LCA e debênture incentivada, o rendimento real pode chegar a superar os 10%.

Regras da Poupança

Pela regras atuais, quando a taxa Selic é maior que 8,5% ao ano, a poupança tem uma rentabilidade de 0,5% ao mês e de 6,17% ao ano somada à Taxa Referencial (TR).

A regra funciona assim:

  • Quando a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês, somada à Taxa Referencial (TR); com isso, o retorno hoje é projetado em 7,16% em 12 meses.
  • Quando a taxa Selic for menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da taxa Selic, somada à Taxa Referencial (TR).

Onde colocar o dinheiro?

Com a Selic elevada, os pós-fixados de curto e médio prazo ganham mais atratividade.

“CDBs atrelados ao CDI, Tesouro Selic e fundos de renda fixa com ativos pós-fixados são mais vantajosos nesse cenário. Eles evitam perdas com marcação a mercado e garantem um retorno previsível. Já para quem pensa no longo prazo, os títulos atrelados ao IPCA podem ser interessantes, desde que mantidos até o vencimento ou em cenários de inflação elevada”, afirma Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, sugere foco em pós-fixados no curto prazo.

Ela lembra, porém, que a escolha da aplicação deve considerar tanto o momento econômico quanto o perfil de cada investidor. “Se o objetivo é preservar capital com liquidez, os pós-fixados são a melhor pedida. Mas se o horizonte é mais longo e o investidor quer proteger seu poder de compra, os títulos atrelados à inflação passam a ser estratégicos. É preciso alinhar prazo, objetivo e risco para tomar a melhor decisão”, diz.