O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 28, que o governo vai cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de o governo devolver às empresas recursos recolhidos de consumidores, a chamada “Tese do Século”, mas ressaltou que é “preciso manter a ordem”. Por isso, de acordo com ele, as medidas anunciadas nesta quinta vão na “direção correta”. “Creio que nenhum economista sério não vai validar essa iniciativa, pois vamos reorganizar o orçamento federal. Não é uma vontade, é fruto de uma análise”, argumentou.

De acordo com ele, com as medidas, o governo quer que os indicadores convirjam para níveis positivos. “Queremos colocar ordem nessa bagunça que virou o Orçamento, dando transparência. Se não tivermos a faculdade de rever esse tipo de proposição, vai ficar difícil a administração do Orçamento. Vamos respeitar o Judiciário, mas é preciso ordem”, reforçou, acrescentando que é preciso fazer avaliação do gasto público.

Haddad insistiu que se tratam de propostas de Estado, não de governo. “Temos de fazer avaliação do gasto público e dizer o que não está funcionando, o que não se justifica mais, o que é preciso ter regras para que a máquina funcione adequadamente, independente do governo”, afirmou durante a última entrevista coletiva prevista para o ano.

O ministro falou ainda sobre a alternativa do governo para a desoneração da folha de pagamento e o conjunto de medidas compensatórias que precisam ser encaminhadas ao Congresso ainda em 2023 para entrarem em vigor no ano que vem. As medidas foram discutidas com a Casa Civil nos últimos dias. Haddad tinha dito esta semana que as medidas são “muito prudentes e muito bem pensadas” para ter um Orçamento mais equilibrado.