O escândalo do uso de dados do Facebook ligou um alerta nas empresas?
Os dados dos clientes são de responsabilidade de qualquer empresa. Com o Facebook não foi diferente. As empresas precisam ter maturidade para lidar com essas informações. Elas precisam saber quais falhas de segurança estão mais suscetíveis e quais providências precisam ser tomadas. Ninguém está 100% seguro.

Muito se fala que o Brasil não tem leis rígidas para evitar ciberataques. O senhor concorda?
Em alguns países existem normas que obrigam as empresas atacadas virtualmente a se pronunciarem e reportarem o incidente para os órgãos competentes. No Brasil não há qualquer lei que obrigue as companhias brasileiras vítimas de ataques cibernéticos a fazerem isso. Isso faz com que os números relacionados a quantidade de invasões virtuais no País sejam imprecisos.

A maioria dos sites de e-commerce no Brasil protege as contas dos usuários apenas com nome de usuário e senha. Isso é suficiente?
Endereço de e-mail e senha de acesso já não são sinônimos de segurança. Hoje em dia, o usuário acaba usando o mesmo e-mail e a mesma senha em diferentes sites e serviços. Quando uma dessas plataformas é atacada, esse usuário fica exposto em todos os lugares em que está cadastrado. O hacker sempre tenta o caminho mais fácil. É como um ladrão tentando invadir uma casa que não está trancada e não tem um alarme. Por isso, é aconselhável usar uma autenticação de dois fatores (quando o internauta precisa preencher um código numérico recebido por mensagem de texto no celular, por exemplo), principalmente nas redes sociais.

(Nota publicada na Edição 1068 da Revista Dinheiro)