Restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação afirmam que têm sofrido pressão para manter contratos de exclusividade com o iFood, plataforma de delivery. Os relatos, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mostram que quem não adere ao acordo vê tarifas altas repassadas pelo aplicativo. Quando o transporte não está incluso, normalmente há um aumento de 9% a 12%, representando um aumento de 33% na tarifa padrão.

“Temos observado que estabelecimentos independentes que tinham contrato de exclusividade com o iFood estão sendo pressionados, já que ao sair do ambiente de exclusividade, a taxa chega a subir de 5 a 7 pontos percentuais. Isso representa um aumento de 30 a 40% nas tarifas, que sobem de 17%, 18% para 23%, nova tarifa padrão do iFood”, afirma o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

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Em fevereiro, o iFood firmou um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para limitar as práticas de exclusividade com restaurantes, a partir de pedidos da Abrasel. Os primeiros contratos de exclusividade com redes que têm mais de 30 lojas até este sábado, dia 30 de setembro

A medida com o CADE visa promover a concorrência no mercado, permitindo que os restaurantes parceiros do iFood tenham maior flexibilidade para utilizar outras plataformas de entrega de alimentos. Segundo a Abrasel, o iFood tende a manter o volume de vendas (medido pelo número de pedidos e pelo tíquete médio) de parceiros exclusivos em 25%.

Em nota para a reportagem, o Ifood reforça que não houve reajuste nas comissões padrão cobradas pela plataforma, e também não há uma “nova” tarifa padrão do iFood – elas podem chegar aos valores máximos de 12% (plano básico marketplace) e 23% (plano básico marketplace + entrega) – comissões já praticadas antes da celebração do acordo com o CADE.

“Com o início do acordo, firmado em fevereiro, foi necessário realizar uma equalização das taxas. Para a grande maioria dos estabelecimentos não houve alteração, pois já estavam dentro da margem de equilíbrio. Os parceiros que contavam com condições comerciais diferenciadas por conta da exclusividade – e que representavam uma pequena parte da base – passaram por uma análise do iFood personalizada na qual identificava-se a necessidade ou não de um reequilíbrio dos valores praticados de acordo com o novo cenário e média. O desconto nas tarifas padrão é um dos investimentos/benefícios concedidos pelo iFood aos parceiros exclusivos. Isto posto, restaurantes que se tornaram exclusivos – respeitando os critérios determinados pelo órgão – tiveram as taxas reduzidas”.

Posicionamento do iFood

“É importante frisar que não houve um reajuste nas comissões padrão cobradas pelo iFood, e também não há uma “nova” tarifa padrão do iFood – elas podem chegar aos valores máximos de 12% (plano básico marketplace) e 23% (plano básico marketplace + entrega) – comissões já praticadas antes da celebração do acordo com o CADE.

Com o início do acordo, firmado em fevereiro, foi necessário realizar uma equalização das taxas. Para a grande maioria dos estabelecimentos não houve alteração, pois já estavam dentro da margem de equilíbrio. Os parceiros que contavam com condições comerciais diferenciadas por conta da exclusividade – e que representavam uma pequena parte da base – passaram por uma análise do iFood personalizada na qual identificava-se a necessidade ou não de um reequilíbrio dos valores praticados de acordo com o novo cenário e média.

O desconto nas tarifas padrão é um dos investimentos/benefícios concedidos pelo iFood aos parceiros exclusivos. Isto posto, restaurantes que se tornaram exclusivos – respeitando os critérios determinados pelo órgão – tiveram as taxas reduzidas.”