17/05/2013 - 21:00
Papéis avulsos
O Banco do Brasil lucrou R$ 2,557 bilhões no primeiro trimestre de 2013. É possível observar o resultado do banco presidido por Aldemir Bendine de duas maneiras. A primeira, otimista, é considerar o crescimento de 2,2% em relação ao mesmo período de 2012, um resultado muito bom tendo em vista o ritmo fraco da economia no início deste ano. A segunda, pessimista, é observar que, mesmo lucrando mais, o BB rendeu menos para seus acionistas.
A rentabilidade patrimonial foi de 16,5%, uma queda de 1,6 ponto percentual em relação ao resultado de 2012. Segundo Ricardo Corrêa, diretor da corretora paulista Ativa, “o banco segue sustentando uma expansão da carteira bastante acima dos seus pares, mas vem sendo bastante penalizado pela redução dos spreads, pressionando a margem financeira.” No entanto, apesar de os números ainda não mostrarem isso, há bons indícios nas dobras do balanço do BB. Um deles é o crescimento das receitas com seguros, que avançou 39% ante 2012. Outro é a melhora da situação do Banco Votorantim, que vem, aos poucos, saneando sua problemática carteira de empréstimos automotivos.
Construção
Cyrela reconstrói suas margens
Os investimentos no aumento de produtividade e melhoria do desempenho operacional vêm rendendo frutos para a Cyrela. A empresa divulgou, na segunda-feira 13, um lucro líquido de R$ 179 milhões no primeiro trimestre, um ganho de 51,8% em relação ao mesmo período de 2012. A empresa vem se concentrando nos resultados. O volume de lançamentos recuou 17,9%, para R$ 561,2 milhões, e os estoques foram reduzidos em 4,6% em relação aos números de 2012, para R$ 4,8 bilhões.
Touro x Urso
A semana que se inicia será dominada pelas expectativas com relação ao vencimento de opções e de contratos futuros, que dará a tônica da bolsa paulista. Outros indicadores acompanhados com interesse serão os da atividade econômica chinesa.
Siderurgia
Perdas da CSN
Um desempenho ruim na divisão de minério de ferro e volumes de venda de aço em queda afetaram o resultado da Companhia Siderúrgica Nacional, de Benjamin Steinbruch. Com isso, o lucro líquido foi de R$ 16 milhões, uma queda de 94,8% em relação ao mesmo período de 2012. A receita líquida caiu 7% e a geração de caixa diminuiu 18%. Nem a valorização do real beneficiou a siderúrgica, cuja dívida líquida cresceu 13,5%, para R$ 16,2 bilhões.
Energia
Curto-circuito na Eletrobras
As mudanças na regulamentação do setor elétrico continuam a afetar os resultados da Eletrobras. Na quarta-feira 15, a estatal energética divulgou uma queda de 14,5% em seu faturamento referente ao primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012. Com isso, a geração de caixa medida pelo Ebitda recuou 93,6% e a empresa amargou um prejuízo de R$ 36 milhões, ante um lucro de R$ 1,268 bilhão em 2012.
Destaque no pregão
Desfile em vermelho na Restoque
Mesmo tendo apresentado um crescimento de 40,6% em seu faturamento, a empresa de varejo Restoque, que controla grifes como Le Lis Blanc, John John e Bo.Bô, na foto vestindo a modelo Georgia Jagger, viu um desfile de números vermelhos na passarela e apresentou um prejuízo líquido de R$ 9,5 milhões no primeiro trimestre de 2013, ante um lucro líquido de R$ 13,7 milhões no mesmo período de 2012. O nível de estoques elevado e o crescimento de 91% na rede de lojas obrigou a empresa a investir nas liquidações, o que ampliou o caimento das margens. A geração de caixa medida pelo Ebitda recuou de 16,5% para 10,8% nesse período.
Palavra do analista: Segundo a corretora Planner, o prejuízo superou as expectativas. O crescimento das receitas justifica-se pelo aumento das lojas, mas a redução das margens comprometeu o resultado
Mercado em números
CESP
R$ 399 milhões – foi o lucro da empresa elétrica no primeiro trimestre de 2013, um forte crescimento de 58% em relação ao mesmo período de 2012. As receitas de serviços cresceram 75% nesse período.
PDG
R$ 73,8 milhões – foi o prejuízo líquido sofrido pela construtora no primeiro trimestre de 2013. No mesmo período do ano passado, a empresa havia registrado um lucro de R$ 32,5 milhões.
Lojas Americanas
R$ 57,5 milhões - foi o lucro líquido consolidado que a rede de varejo divulgou referente ao primeiro trimestre, um crescimento de 39,9% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Minerva
R$ 5,2 milhões - foi o lucro líquido da empresa de carnes no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 66,7 milhões registrado no primeiro trimestre de 2012. O destaque do ano foram as exportações de carne bovina.
Locamerica
230% - foi o crescimento das vendas de veículos seminovos pela empresa de locação. No primeiro trimestre foram vendidos 2.857 veículos, uma média de 952 unidades comercializadas por mês.
Pelo mundo
Cisco lucra US$ 12,2 bilhões
A americana Cisco informou um lucro de US$ 12,2 bilhões no primeiro trimestre na quarta-feira 15, uma alta de 5,4% em relação ao trimestre anterior. O resultado superou os prognósticos e as ações subiram 9,4% no dia 15, fechando a US$ 23,20.
Apple perdeu a mágica
A empresa fundada por Steve Jobs perdeu a liderança na inovação, segundo 71% dos entrevistados, em uma pesquisa divulgada na quinta-feira 16. Grandes fundos de hedge americanos reduziram sua participação nas ações da empresa. Na quinta-feira 16, as ações fecharam a US$ 434,57, alta de 1,34%.
Sugestão de cisão anima Sony
As ações da japonesa Sony subiram 11% na terça-feira 14 para 2.100 ienes, após uma proposta do investidor americano Daniel Loeb, que possui US$ 1,1 bilhão em ações da Sony. Loeb está pressionando a empresa para vender 20% dos seus negócios em entretenimento.
Personagem
O Bradesco acelera no crédito
A carteira de crédito do Bradesco deverá crescer 15% neste ano, apesar da perspectiva de elevação dos juros, e esse crescimento será saudável. Luis Carlos Angelotti, diretor de Relações com Investidores do Bradesco, falou com a DINHEIRO.
Angelotti, diretor de relações com investidores: queda de 25%
no tempo de atendimento
Como o aumento de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, estimativa em abril, afeta o crescimento do crédito?
É difícil medir o efeito da alta dos juros sobre o consumo, mas não alteramos nosso guidance para o crédito em 2013. Ainda esperamos que nossos empréstimos cresçam entre 13% e 17%. O mais provável é atingirmos o centro da meta, com um avanço ao redor de 15%.
Como conseguir esse resultado?
O Bradesco vem investindo na ampliação da rede desde 2011, quando inauguramos mil agências em todo o País. Além disso, facilitamos o acesso ao crédito, seja nas agências, seja pelos terminais de autoatendimento ou pela internet. Também aperfeiçoamos nossos sistemas e aumentamos a eficiência nas agências. Diminuímos em 25% o tempo para atender o cliente. Isso traz mais giro de pessoas e facilita a venda de produtos financeiros.
Qual carteira deve crescer mais?
O crescimento deve ser puxado pelo crédito imobiliário e pelos empréstimos consignados. Basta vermos que a relação entre o crédito imobiliário e o PIB é de 6,3%. Esse percentual deve dobrar até 2020.
Não há risco de bolha?
Não, pois o preço de imóveis se estabilizou, salvo exceções em algumas regiões específicas do Brasil.
Além do ganho de eficiência nas agências, quais outros gastos o Bradesco cortou?
Melhoramos nossos sistemas de informática e de comunicação e cortamos custos com transportes.
No ano passado, o banco precisou provisionar mais recursos contra a inadimplência. Isso vai se repetir?
O ápice desse problema aconteceu em julho do ano passado. Depois disso, o provisionamento diminuiu gradualmente. O cenário não deve se repetir em 2013, pois temos um cenário de grande empregabilidade – algo que não vai se alterar no curto prazo – e taxas de juros baixas para o Brasil. A soma desses fatores ajuda a controlar o calote.
Colaborou: Fernando Teixeira