05/12/2012 - 21:00
O grande mapa da situação socioeconômica brasileira em 2012 acaba de sair através de um detalhado estudo do IBGE – um levantamento que passeia por indicadores de renda e avalia o acesso da população a benefícios sociais, moradia, infraestrutura, educação etc. Há nele boas notícias. A melhor delas: o Brasil acaba de atingir o menor nível de desigualdade de renda em 30 anos. Uma distância que se encurtou aceleradamente nesta última década. Nas camadas mais pobres a pesquisa mostrou que a qualidade de vida melhorou, especialmente com o surgimento de oportunidades de trabalho. Era algo que já se desconfiava com a ascensão de quase 40 milhões de brasileiros à chamada classe média. Mas que agora se comprova estatisticamente.
No momento, mais de um terço da população do País ganha acima do básico. Em outras palavras: acima de R$ 370 por mês. Pode parecer pouco, embora se saiba que há alguns anos a imensa maioria dos cidadãos vivia abaixo da linha de pobreza. Não é o caso de se comemorar a solução do histórico problema social. Mesmo porque o atendimento às carências nos mais diversos itens da medição do IBGE está aquém do aceitável. Cerca de 16 milhões dos lares brasileiros, por exemplo, ainda não possuem coleta de esgoto, água tratada, recolhimento de lixo ou eletricidade. Perto de 31% das crianças com idade entre 6 e 14 anos enfrentam atraso educacional e um quinto dos cidadãos está fora da seguridade social. Na ponta das boas novas, a formalização do mercado de trabalho cresceu.
O acesso de negros e pardos ao ensino superior também. O Brasil caminha para exibir, pode se dizer assim, números sociais de Primeiro Mundo, embora esteja longe de ser uma nação com perfil populacional homogêneo. Tecnicamente, o Coeficiente Gini, um indicador internacional usado para calcular o tamanho do fosso que separa ricos de pobres, mostrou melhorias sensíveis. Numa escala de 0 a 1, que sobe proporcionalmente de acordo com a disparidade de rendimentos, o País que apresentava, em 1981, índice de 0,583 experimentou uma queda no indicador para algo em torno de 0,508 no ano passado. É evidente que o melhor termômetro está nas ruas, mas mesmo ali esse avanço é notado com o incremento do consumo trazendo reflexos por toda a cadeia produtiva brasileira.