O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciaram que a capital fluminense sediará a reunião dos chefes de Estado do Brics, nos dias 6 e 7 de julho deste ano. Na postagem, neste sábado, 15, na rede social X, Paes incluiu um vídeo em que Vieira dá a notícia.

“Agora é oficial! Brics no Rio! Obrigado presidente Lula e ministro Mauro Vieira! Estamos muito orgulhosos de receber esse grande encontro em nome de todos os brasileiros e brasileiras”, escreveu o prefeito.

+ Brasil descarta moeda comum do Brics, mas busca reduzir dependência do dólar

No vídeo, Paes aparece ao lado de Vieira e diz que o anúncio é uma “grande notícia” e um “presente” para o Rio. Em seguida, Vieira afirma ter “grande prazer” em estar com o prefeito e em “estreitar essa colaboração, essa parceria, entre o governo federal e o Rio de Janeiro”.

“Receberemos na cidade do Rio de Janeiro chefes dos 20 países que integram o Brics, nas duas categorias de membros plenos e parceiros”, declarou o ministro. Vieira prosseguiu: “Vamos tomar decisões muito importantes para o desenvolvimento de todos esses países, para a cooperação e a melhoria da condição de vida de todos os habitantes desses países”.

Na sequência, Vieira afirmou que o Rio será, mais uma vez, “palco de uma reunião internacional”. Paes agradeceu ao governo pelo reconhecimento do “protagonismo” e da “face internacional” da capital fluminense. O prefeito também aproveitou para pedir que o governo decrete o Rio de Janeiro como a “capital honorária do Brasil”.

“A gente se sente muito orgulhoso de representar todos os brasileiros com as belezas da nossa cidade, com os seus desafios, ninguém aqui é inocente nem ingênuo, mas é uma cidade muito especial”, afirmou Paes. “Rio, mais uma vez, capital do mundo. Foi G20 ano passado, agora Brics. E quem sabe eu consiga o decreto presidencial dizendo Rio, capital honorária do Brasil”, completou.

Ameaças de Trump

O presidente americano, Donald Trump, reiterou, na quinta-feira, a ameaça de impor tarifas alfandegárias de 100% aos países do Brics que tentarem acabar com a hegemonia internacional do dólar.

Trump já tinha feito esta advertência em novembro, ainda como presidente eleito, depois que, durante a última cúpula do bloco na cidade russa de Kazan, em outubro, foi colocado sobre a mesa o impulso às transações em moedas diferentes da americana.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que, durante a presidência brasileira do Brics , ele se concentrará em impulsionar a cooperação entre países do Sul Global e a reforma das instituições multilaterais.

Entre suas prioridades, ele mencionou o desenvolvimento de meios de pagamento para facilitar o comércio e os investimentos entre os países-membros.

Em janeiro, o chefe negociador brasileiro do bloco, Eduardo Saboia, disse, em entrevista à AFP, que não há nenhum projeto para substituir o dólar, mas sim uma discussão sobre o uso das moedas locais nas transações.

Criado em 2009, o grupo foi ampliado recentemente com a inclusão de países como Indonésia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos, além de uma dezena de países associados, entre eles Cuba, Bolívia, Nigéria, Argélia e Turquia.