Quando foi a última vez que você fez um Pix? Para muitas pessoas, esse sistema de pagamentos instantâneos, criado pelo Banco Central do Brasil, já se tornou parte do dia a dia. Pagar contas, dividir a conta do restaurante, enviar dinheiro para amigos ou familiares… tudo se resolve com poucos toques na tela do celular. Essa tecnologia simplificou tanto o cotidiano que fica difícil imaginar voltar a fazer transferências bancárias tradicionais como antes.

Lançado em novembro de 2020, ele conquistou rapidamente o mercado por sua simplicidade, rapidez e gratuidade para pessoas físicas, oferecendo uma alternativa eficiente às tradicionais transferências bancárias e pagamentos com cartão. Seu sucesso estrondoso não passou despercebido internacionalmente e tem gerado cada vez mais discussões internacionais sobre a viabilidade de implementar sistemas de pagamento instantâneo semelhantes em outros países.

“O Pix é um marco na inovação financeira, mas mais do que isso, ele criou uma expectativa global. Agora, o consumidor quer o mesmo nível de conveniência em todas as suas transações, seja local ou internacional,” afirma Daniel Rocha, Head de Produtos da Entrepay.

Diante dessa realidade, o Nexus é um dos projetos mais promissores. Essa iniciativa liderada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), também conhecido como o “banco central dos bancos centrais”, visa conectar sistemas de pagamento instantâneo de diferentes países, permitindo transferências transfronteiriças rápidas, seguras e baratas. Diferente do Pix, que só funciona entre contas no Brasil, ele busca resolver três grandes desafios das transações internacionais: o tempo de compensação, as taxas elevadas e a conversão cambial. A ideia é que transferências entre países possam ser realizadas em segundos, semelhante ao que acontece hoje dentro do território brasileiro com o Pix.

Em fase de testes em países como Singapura, Tailândia e na Zona do Euro, o Nexus já mostra seu potencial para revolucionar as transações globais. Quando totalmente implementado, ele poderá conectar sistemas como o FedNow nos EUA, o Faster Payments do Reino Unido e o New Payments Platform da Austrália.

“A conexão de sistemas como o Pix com iniciativas internacionais será um divisor de águas. O impacto no comércio global, na redução de custos e no tempo de transações promete acelerar o fluxo econômico entre países de uma forma nunca vista,” acrescenta Rocha. No Brasil, é esperado que esse “Pix Internacional” chegue ainda em 2025.