Em 2021 o empresário russo Daniil Segunin chegou em São Paulo e se assustou com a necessidade dos executivos de andarem de carros blindados pela cidade. Da insegurança na megalópole ele identificou uma oportunidade de negócio: um Uber só com carros blindados. Da ideia até a primeira operação se passaram três anos, e a Rhino nasceu no início de 2024.

Com pouco mais de 1 ano e meio de operação com a “Uber dos blindados“, o empresário conta que os carros da plataforma já atenderam cerca de 300 mil pessoas no estado de São Paulo por meio de viagens rápidas, agendadas e pedidos de concierge, que permite viagens interestaduais.

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“A ideia surgiu de uma necessidade de um serviço seguro e confortável e que, no Brasil, obrigatoriamente teria que ser com os carros blindados. Só que os aplicativos de transporte não oferecem essa funcionalidade. Para conseguir um blindado era preciso reservar via WhatsApp”, explicou.

O executivo explica que, no momento, o foco principal da companhia está nas viagens rápidas. Nessa modalidade, a empresa atende chamados em bairros do centro expandido da capital paulista, como Itaim, Moema e Paraíso, com um tempo médio para embarque de 7 minutos e ticket médio de R$ 70. O próximo passo do executivo é entrar com as viagens rápidas no mercado do Rio de Janeiro.

Uber
Plataforma só trabalha com um modelo de veículo (Crédito:Divulgação)

Frota própria de elétricos chineses

Apesar da inevitável comparação com a Uber, o modelo de negócios da Rhino tem diferenças importantes na comparação com o aplicativo de caronas mais popular do mundo: ela possui frota própria de veículos e exige um processo seletivo rigoroso na hora de contratar seus motoristas.

“Por conta da necessidade de serem blindados, nós preferimos ter uma frota própria para manter o nosso padrão de qualidade. Esse modelo é fundamental para garantir o DNA de segurança, conforto e alta qualidade do serviço entregue ao cliente”, explicou.

Embora qualquer pessoa possa se candidatar para ser motorista da companhia, o executivo explica que os candidatos precisam passar por um processo seletivo de algumas etapas e um dia de treinamento, e dá um exemplo da diferença para as plataformas convencionais. “Como todos os carros são nossos, o motorista é orientado a nunca desligar o ar-condicionado”, apontou Daniil.

Para manter o padrão, a companhia trabalha somente com um modelo de veículo, o BYD Song Plus. A Rhino já utilizou outros modelos como Corolla Cross, Taos e Jeep Compass, mas com base nas métricas de satisfação, escolheu o modelo da marca chinesa. A empresa não abre a quantidade de carros disponíveis hoje. A blindagem também é padronizada e os carros possuem o nível III-A, proteção máxima permitida para veículos civis no Brasil.

Companhia passou por três rodadas de investimento

Em pouco mais de um ano e meio a companhia já recebeu dinheiro de fundos internacionais em três rodadas de investimentos. A maior delas aconteceu no final de 2024, quando foram captados US$ 3 milhões, inclusive com a participação de um fundo de investimento listado em Londres, mantido em segredo.

O executivo afirmou que a companhia cresce cerca de 30% em seu faturamento a cada mês e que já consegue atingir o break-even, momento em que a receita se iguala a despesa e a empresa ‘se paga’, mas está em um momento de maior investimento.

“A decisão atual de não estar no ponto de equilíbrio é uma escolha nossa por injetar dinheiro e acelerar o crescimento, pois isso é considerado mais importante neste momento. Poderíamos entregar um resultado diferente se optássemos por não manter a atual velocidade acelerada de crescimento”, finalizou Segunin.