A mineradora Rio Tinto afirmou que não seguirá a concorrente BHP Billiton e separar ativos, rejeitando especulações de que poderia vender partes de seus negócios enquanto enfrenta um momento baixista nos mercados de commodities. Na quarta-feira, 6, os acionistas da BHP votaram majoritariamente a favor de um plano para dividir um conjunto de ativos, incluindo operações de níquel, alumínio e manganês.

O presidente da Rio Tinto, Jan du Plessis, e o executivo-chefe, Sam Walsh, disseram estar satisfeitos com o tamanho da companhia – uma das maiores produtoras de commodities do mundo – e afirmaram que estão em busca de opções para expandir os negócios. As declarações vão contra as feitas pelo executivo-chefe da BHP, Andrew Mackenzie, que comentou que a atual queda dos preços torna o momento perfeito para a divisão de sua empresa.

Mais de 98% dos acionistas da BHP votaram em reuniões ontem em Londres e em Perth a favor da divisão da mineradora. Com isso, a empresa vai separar ativos não desejados em commodities como alumínio, níquel e manganês na nova empresa South32.

“Eu posso dizer categoricamente que na Rio Tinto nós não estamos considerando separar qualquer dos nossos ativos”, disse Du Plessis. “Acho que estamos satisfeitos com o nosso portfólio e certamente não estamos considerando dividir carvão, alumínio ou qualquer outra coisa”, acrescentou. Segundo Walsh, a série de vendas de ativos feita pela Rio Tinto – US$ 17,5 bilhões no total nos últimos cinco anos – alcançou um objetivo similar ao esperado pela divisão da BHP.

Alcan

Investidores e analistas têm questionado se a Rio Tinto poderia vender ativos, especialmente os negócios de alumínio Alcan, que enfrenta baixas contábeis custosas há anos. Uma reestruturação de seus negócios no início deste ano gerou especulações de que outros grupos de commodities poderiam estar à venda.

As ofertas de minério de ferro – que tem sido responsável pela maior parte dos ganhos da companhia nos últimos anos – estão sendo reduzidas globalmente, comentou Walsh. Segundo ele, 22 milhões de toneladas foram retiradas do mercado no primeiro trimestre deste ano e 85 milhões de toneladas serão eliminadas em todo o ano.

Os embarques de minério de ferro pela Rio Tinto diminuíram nos três primeiros meses deste ano, em razão do clima úmido e de problemas em ferrovias, mas a companhia sinalizou que vai compensar o fraco início do ano para garantir que atingirá sua meta anual de 350 milhões de toneladas.

Walsh afirmou que a diretoria continua pressionando pelo início do projeto de minério de ferro Silvergrass, na Austrália, que já foi adiado três vezes nos últimos 18 meses. A Rio Tinto tem sido criticada por alguns políticos, concorrentes e analistas pela contínua expansão de suas operações de minério de ferro mesmo diante da queda dos preços para os níveis mais baixos em uma década. Fonte: Dow Jones Newswires.