06/08/2025 - 16:33
OPalácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro (RJ) será reaberto a visitação pública nesta quinta-feira (7). Por meio de uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), as visitas educativas terão mediação de estudantes.
O agendamento para a visitação pode ser feito a partir desta quarta-feira (6) pelo site do ministério. O interessado pode optar pela modalidade individual ou em grupo, sempre às quintas e sextas-feiras, nos horários de 9h, 11h30, 14h e 15h30.
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A visita poderá ser também em inglês. Neste caso serão nas quintas, às 11h30; e nas sextas, às 15h30. A marcação deve ser feita com pelo menos 24 horas de antecedência.
Em nota, do Ministério da Cultura, a ministra Margareth Menezes diz que reabrir o Palácio Gustavo Capanema às visitas do público é reconectar o Brasil com um dos maiores símbolos da arquitetura e da história cultural, brasileiras.
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História
Construído entre 1937 e 1945 para ser a sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, o prédio de 16 pavimentos é um marco da arquitetura moderna no Brasil e no mundo. O prédio foi projetado por Lúcio Costa, com colaboração de Oscar Niemeyer e consultoria do arquiteto, urbanista, escultor e pintor, o suíço e naturalizado francês Le Corbusier.
O espaço, que abriga obras de arte de Cândido Portinari, Burle Marx e Bruno Giorgi, entre outros artistas, representa importante valor simbólico na história cultural do país, como referência de inovação arquitetônica e do patrimônio cultural brasileiro. Ele foi inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes em 1948.
“Ele não é um prédio qualquer. É um prédio brasileiro e para conseguir ganhar o que eles chamam de caráter nacional, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e tantos arquitetos que aqui trabalharam vão buscar referências importantes na tradição brasileira”, destacou o diretor do departamento de patrimônio material do Iphan, o arquiteto Andrei Rosenthal Schlee.
Reforma
Instalado em uma área de 27.536 metros quadrados (m²), o Capanema passou por obras de conservação e modernização, que começaram em fevereiro de 2019. Depois de interrupções pelo caminho, foi reaberto no dia 20 de maio de 2025. A reforma teve foco no restauro da estrutura e na preservação do valor histórico do prédio e investimento de R$ 84,3 milhões do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Com a reforma, o local passou a abrigar unidades de órgãos do Ministério da Cultura, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Biblioteca Nacional do Brasil, Casa de Rui Barbosa e a Funarte, a única com sede no local.
Símbolo da cultura nacional, o edifício também foi um marco de resistência, tendo sido palco de movimentos em defesa da cultura. Em 2016, passou pelo “Ocupa MinC”, ação organizada pela sociedade contra a então extinção do Ministério da Cultura. Em 2021, os protestos foram, novamente, contra o desmonte do MinC, e contrários à inclusão do Capanema na lista de imóveis que seriam leiloados pelo governo de Jair Bolsonaro. A repercussão negativa da venda do Palácio fez o governo federal retirá-lo do “feirão de imóveis”.
Resistência
Em momentos difíceis para a área cultural do país, o edifício foi lugar de resistência de movimentos em defesa da cultura. Em 2016, uma ação organizada por artistas, profissionais da cultura e sociedade civil chamada de Ocupa MinC foi contra a extinção do Ministério da Cultura pelo governo Michel Temer (MDB).
Durante a manifestação, os cantores e compositores Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Otto fizeram shows gratuitos no local. Novas manifestações ocorreram em 2021, dessa vez para protestar contra o desmonte do Ministério da Cultura e a inclusão do Capanema na lista de imóveis que seriam leiloados pelo governo de Jair Bolsonaro. Com a repercussão negativa da venda, o governo federal retirou o Palácio do feirão de imóveis.