25/09/2025 - 16:16
A operadora do aeroporto internacional do Rio de Janeiro, RIOgaleão, assinou nesta quinta-feira a repactuação do contrato de concessão com o governo federal, com a nova estrutura societária em que a Vinci Compass assumiu controle da empresa e que prevê novo leilão do terminal em 2026 para saída da estatal Infraero da sociedade.
A Vinci comprou 70% da participação da Changi Airports na controladora da RIOgaleão no final de agosto e pretende participar do novo leilão de concessão do aeroporto, previsto para até março de 2026, disse José Guilherme Souza, diretor de investimento em infraestrutura da empresa em entrevista à Reuters.
A Changi Airports ficou com 30% da controladora da RIOgaleão, que detém 51% do aeroporto, enquanto a Infraero possui os 49% restantes.
“Nossa ideia é participar do leilão e já somos do consórcio, não precisamos de um terceiro”, disse Souza. “Estamos numa posição privilegiada, mas qualquer um pode participar” do leilão, adicionou.
O modelo do novo leilão prevê um lance mínimo de R$ 932 milhões, além da compra da fatia da Infraero, avaliada em cerca de R$500 milhões, disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante a cerimônia de assinatura da repactuação. A concessão do Galeão vai até 2039, mas o governo federal já estuda a renovação, disse o ministro.
A concessão do Galeão ocorreu em leilão em 2013, com um lance de cerca de R$19 bilhões, quase quatro vezes o valor mínimo definido pelo governo na época, feito pelo grupo Odebrecht, hoje Novonor, em parceria com a Changi. O contrato, na época, era de 25 anos de operação. O Tribunal de Contas da União (TCU) definiu este ano novas condições para a concessão do terminal.
Em tom otimista, Costa Filho disse durante a assinatura da repactuação que em dois ou três anos o Galeão terá uma movimentação de mais de 30 milhões de passageiros e que tem capacidade para se tornar um hub da América do Sul.
Mas o aeroporto deve encerrar 2025 com fluxo de cerca de 18 milhões de passageiros, bem longe do teto de sua capacidade de cerca de 40 milhões ao ano.
Isso considerando o esforço anterior dos governos federal e do Rio de Janeiro para redução do limite máximo de fluxo de passageiros do Santos Dumont de 10 milhões para 6,5 milhões, em benefício do Galeão.
Mas depois desse esforço, que remanejou voos do Santos Dumont para o Galeão, agora a ideia é “flexibilizar” esse teto no ano que vem, disse o ministro. “A partir de março a possibilidade aberta é ampliar gradativamente”, disse Costa Filho.
O ministro acrescentou que a possibilidade de leilão do Santos Dumont no futuro também pode voltar à pauta do governo federal. Essa ideia foi tentada pelo governo anterior, na gestão do então ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo.
“Não está ainda no radar do governo fazer uma concessão do Santos Dumont, mas acho que no futuro pode acontecer esse debate no governo”, disse Costa Filho.