Relatório da Oxfam divulgado neste domingo, dia 19, no Brasil mostra que a riqueza dos bilionários cresceu mais rápido em 2024 e aumentou em US$ 2 trilhões. Trata-se de um relatório sobre Davos 2025 – o Fórum Econômico Mundial, que acontece de 20 à 24 de janeiro, na Suíça. A previsão da organização é que haverá pelo menos cinco trilionários daqui a uma década.
Segundo o estudo, 204 novos bilionários foram criados em 2024, quase quatro por semana. Além disso, 60% da riqueza dos bilionários agora vem de heranças, monopólios ou conexões com poderosos. A Oxfam afirma que “a riqueza extrema dos bilionários é, em grande parte, imerecida”.
O levantamento também mostra que o 1% mais rico do Norte Global extraiu US$ 30 milhões por hora do Sul Global em 2023. Por conta disso, a Oxfam pede aos governos que taxem os mais ricos para reduzir a desigualdade, acabar com a riqueza extrema e desmontar a nova aristocracia. “Os poderosos frutos do colonialismo devem enfrentar os
danos gerados com reparações”, afirma o relatório.
Segundo informações do estudo, países de baixa e média renda gastam em média quase metade de seus orçamentos nacionais com pagamentos de dívidas, muitas vezes para credores ricos em Nova York e Londres. Isso supera em muito o investimento combinado em educação e saúde. Entre 1970 e 2023, os governos do Sul Global pagaram US$ 3,3 trilhões em juros para credores do Norte.
Globalmente, as mulheres estão mais frequentemente nas formas mais vulneráveis de emprego informal, incluindo o trabalho doméstico, do que os homens. Trabalhadores migrantes em países ricos ganham, em média, cerca de 13% a menos do que os nacionais, com a disparidade salarial subindo para 21% para mulheres migrantes.
De acordo com Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional, “a captura da nossa economia global por um seleto grupo privilegiado atingiu níveis antes inimagináveis. A falha em deter os bilionários agora está gerando futuros trilionários. Não apenas a taxa de acumulação de riqueza dos bilionários acelerou — por três vezes — mas também seu poder”.
“O auge dessa oligarquia é um presidente bilionário, apoiado e comprado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk, governando a maior economia do planeta. Apresentamos este relatório como um alerta severo de que as pessoas comuns em todo o mundo estão sendo esmagadas pela enorme riqueza de um número ínfimo de pessoas”, disse.
“Os super-ricos gostam de nos dizer que ficar rico exige habilidade, determinação e trabalho árduo. Mas a verdade é que a maioria da riqueza é tomada, não criada. Muitos dos chamados ‘autodidatas’ na verdade são herdeiros de vastas fortunas, passadas por gerações de privilégio imerecido. Bilhões de dólares não tributados em heranças são um afronta à justiça, perpetuando uma nova aristocracia onde a riqueza e o poder permanecem nas mãos de poucos”, finalizou.