Uma pesquisa da XP Investimentos com gestores de recursos aponta que as incertezas inflacionárias, o risco fiscal e uma possível recessão global estão fazendo com que exista um temor generalizado sobre a movimentação nos investimentos. Esses gestores estão mudando muito pouco a recomendação e estratégia sobre os ativos dos clientes e contam com pouca previsibilidade nas análises de curto prazo.

Neste mapeamento, os gestores indicam que o fator político está precificado até este momento, porém o destempero do governo com a PEC Kamikaze, que amplia a exposição fiscal brasileira ao conceder aumentos bilionários em diversos auxílios, será um problema até o fim do ano.

+ Semana quente: Amazon, Apple, Google, Meta e Microsoft anunciam resultados do semestre
+ Dólar perde terreno ante real em linha com exterior; Fed domina atenções
+ Mercado passa a ver variação zero de preços administrados em 2022, mas pressão aumenta para 2023, mostra Focus

O relatório, obtido pelo Valor Econômico, mostra que quase 90% da amostra está mais cautelosa sobre o que fazer nos próximos meses. Essa parcela quase integral da análise já vinha fazendo poucas movimentações nas análises do primeiro 6 meses do ano exatamente por avistarem um segundo semestre nebuloso na economia brasileira.

Outro ponto que mostra um pouco dos efeitos dessa política de aperto monetário promovida pelo Banco Central, é o de que 66% dos gestores de hedge funds estão com posições em ativos direcionados aos juros – em dezembro eles eram 43%. A onda de subidas nos juros, agora com o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, também despontou como uma variável importante nas alocações desses fundos.

Ativos ligados à cadeia de commodities, turbinadas pela crise de demanda no mundo, e a alta do dólar também puxaram a atenção desses gestores.