A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Fernanda Guardado, disse nesta terça-feira, 28, que a autoridade monetária continua confortável com o ritmo de cortes de 50 pontos base da taxa Selic por reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

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“Esse ritmo atual é um ritmo com o qual a gente está confortável, e que é compatível com o que a gente está observando até agora”, disse Guardado, durante participação em um evento organizado pelo banco de investimentos Morgan Stanley, em São Paulo.

Ela lembrou que, em comunicações recentes, o BC disse que uma reavaliação do ritmo de cortes exigiria surpresas relevantes e disse que, até agora, o cenário se desenrola conforme a autoridade monetária esperava. Mas alertou que, a depender da evolução dos dados, ajustes podem ser feitos.

“Da mesma maneira como a gente fez durante a subida, ajustes podem ser feitos no ritmo, podem ser feitos no orçamento, e essas são decisões que vão ser tomadas ao longo do tempo, dependendo de como os dados estão se comportando e como o próprio processo de desinflação está se desenrolando”, afirmou Fernanda.

Crescimento mundial

A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central disse ainda que há sinais de que o crescimento da economia global está caminhando para um nível compatível com o pré-pandemia, apesar dos indicativos de menor expansão da economia chinesa.

“O mundo está caminhando para um crescimento este ano, ou ano que vem, relativamente compatível com o pré-pandemia”, comentou Fernanda. “Apesar de tudo que foi feito em termos de política monetária, o mundo está se acomodando, diminuindo o risco de um hard landing este ano.”

Ela definiu o momento atual como uma “pouso da economia global” depois do surto inflacionário observado a partir de 2021, com a pandemia de covid-19, e acrescentou que o mundo parece caminhar para um ritmo de crescimento que não é exuberante, mas não está fora do padrão histórico.

A diretora do BC acrescentou que há alguns “brotos verdes” de crescimento, destacando a melhora das exportações de bens tecnológicos da Coreia do Sul e Taiwan.