O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo, lamentou nesta quarta-feira em Genebra a falta de decisão política para concluir as negociações sobre a Rodada de Doha, visando liberalizar o comércio mundial.

“O que está faltando é uma decisão política” para adotar o programa de trabalho para concluir a Rodada de Doha, disse Azevedo, em entrevista coletiva em Genebra.

A questão não foi discutida formalmente no último G7, realizado recentemente na Alemanha, e ao qual Azevedo participou.

“Estou preocupado, buscamos soluções, mas ainda estamos na fase de conceitos”, disse ele.

Na última conferência ministerial da OMC, realizada em dezembro de 2013, em Bali, na Indonésia, os países membros desta organização que trata da regulamentação do comércio mundial, decidiram que era necessário adotar um programa de trabalho para concluir as negociações de Doha, que começaram em 2001, até 31 de julho, o mais tardar.

Trata-se de definir uma agenda específica sobre as negociações.

As discussões giram em torno de três temas: agricultura, produtos industriais e serviços.

Questionado sobre as consequências de uma eventual fracasso dessas discussões, Azevedo respondeu que caberá “aos Estados membros decidir”. “Assumindo o pior cenário, se não houver progresso, caberá aos Estados membros discutir entre eles”, afirmou.