11/06/2022 - 0:49
Os robôs são, para o ser humano, um facilitador, desempenhado tarefas mais difíceis e pesadas. Contudo, atualmente, os robôs estão a indo mais além e a ser desenvolvidos com fins menos técnicos. Neste caso, um grupo de pesquisadores desenvolveu uma pele que permitirá aos robôs sexuais sentir sensações como os humanos.
Estarão os seres humanos efetivamente prontos para isto?
+ Robôs agora podem ser construídos com pele humana viva
Um grupo de pesquisadores da Califórnia criou uma pele impressa que poderá vir a permitir que os robôs experienciem sensações como o tato. A tecnologia é parte de uma base robótica que se conecta a sensores ligados à pele humana. Desta forma, através de tecnologia de inteligência artificial, os robôs sexuais poderão vir a sentir sensações semelhantes à dos humanos.
A pele que será aplicada nos robôs sexuais é feita de hidrogel concebido com o objetivo de tornar as pontas dos dedos dos robôs parecidas às dos seres humanos. De acordo com os cientistas, serão instalados sensores dentro do hidrogel, tornando mais fácil para os robôs identificar o que está à sua volta.
“Estes sensores são literalmente impressos na pele da mesma forma que uma impressora a jato de tinta aplica texto a uma folha de papel”, disseram os pesquisadores.
Segundo Wei Gao, professor assistente de engenharia médica, os pesquisadores desenvolveram um conceito que provou ser eficaz. Mais do que isso, revelou querer continuar a trabalhar na pele, de modo a melhorar a sua durabilidade e estabilidade.
“Queremos pô-lo em robôs mais poderosos e torná-los mais espertos, mais inteligentes”, revelou Gao.
São os robôs sexuais uma realidade?
Respondendo diretamente, não. No entanto, estudos mostram que os seres humanos estão cada vez mais conectados e dispostos a formar relações com as máquinas. Aliás, David Levy, especialista em robótica social, acredita que os robôs irão integrar-se plenamente na vida social e sexual do ser humano nas próximas décadas.
“Penso que os primeiros robôs sexuais sofisticados chegarão por volta de 2050, mas levará mais 50 anos até serem comuns e as pessoas aceitarem com normalidade a ponto de um amigo dizer: ‘Estou apaixonado por um robô e estou a pensar em casar com ele”, disse Levy.
Na mesma linha de pensamento está o especialista de ética Neil MacArthur que escreveu na Men’s Health que os robôs sexuais vão ajudar a “intimidade e a desigualdade sexual”. Na sua opinião, estas máquinas ajudarão, por exemplo, as pessoas que possam não ter parceiros sexuais pela sua idade, saúde, ou uma variedade de outros fatores.
Sobre a opinião dos críticos dos robôs sexuais que alegam que, havendo esta opção, os humanos começarão a isolar-se, pela facilidade que lhes está associada, MacArthur refere que os humanos nem sempre optam pelo caminho mais fácil.
A corroborar a opinião dos especialistas, um inquérito conduzido pela Sexual Alpha descobriu que duas em cada cinco pessoas disseram estar abertas à ideia de ter sexo com um robô. Além disso, 37,5 % dos 3.292 inquiridos – uma amostra pequena, na opinião dos autores do estudo – revelou preferir ter relações sexuais com um robô, ao invés de com um ser humano (30,1 %).