20/09/2019 - 16:17
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta sexta-feira que o governo mineiro segue trabalhando para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) junto à União. Zema disse que a equipe econômica do Estado será “conservadora”, desenhando um plano de recuperação que “não tenha o perigo de dar errado”.
Na semana passada, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, revelou que o Estado do Rio corre o risco de ser expulso do RRF porque o governo estadual não está cumprindo as obrigações do plano de socorro do governo federal. A advertência foi feita em resolução de 4 de setembro do Conselho de Supervisão do RRF. O Estado do Rio tem até 3 de outubro para apresentar uma solução ou o Conselho vai recomendar a sua expulsão do regime ao Ministério da Economia, o que obrigaria o Estado a ter de arcar com uma dívida de R$ 32,5 bilhões.
“Estamos sendo extremamente conservadores, fazendo com que nosso plano não tenha o perigo de dar errado”, afirmou Zema, ao chegar para uma reunião na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.
Uma das ideias, para evitar problemas na hora de cumprir exigências do RRF, será exigir que as privatizações sejam feitas dentro do mandato do governante que aderir ao programa. No caso do Rio, as ações da Cedae, a companhia de saneamento, foram dadas como contragarantia de um empréstimo de R$ 3 bilhões – a exigência de privatizar ficou mais para a frente, com o objetivo de quitar o empréstimo.
Zema citou a empresa de energia Cemig, a companhia de saneamento Copasa, a distribuidora de gás Gasmig e a companhia de desenvolvimento Codemig – que explora nióbio em parceria com a CBMM – como estatais que poderão ser privatizadas, com apoio do BNDES. Lembrou também que a Cemig já começou com o processo de venda de subsidiárias, como a Light, distribuidora de energia na região metropolitana do Rio.
De manhã, Zema se reuniu no Rio com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na entrevista ao chegar ao BNDES, o governador disse que deixou claro ao ministro a “necessidade de distribuir recursos para os Estados”. A prometida distribuição de parte dos recursos que serão obtidos com a outorga do leilão do petróleo excedente das áreas da cessão onerosa, disse Zema, pode não chegar com a urgência que os Estados em situação mais dramática, como Minas, precisam.