24/07/2009 - 7:00
Desembarque: o Splendour of the Seas e o Vision of the Seas (à dir.) virão para a próxima temporada
Ricardo Amaral, diretor-geral da Royal Caribbean no Brasil, prevê um faturamento de US$ 80 milhões na temporada 2009/2010. No ano passado, a empresa teve uma receita de US$ 65 milhões no País
O executivo Richard Fain, presidente do conselho da Royal Caribbean Cruises, a segunda maior empresa de cruzeiros do mundo com faturamento de US$ 6,5 bilhões, não economizou palavras quando iniciou a sua avaliação sobre o ano de 2008. “Se há algo que esse ano nos lembrará é como o ambiente de negócios pode mudar e como é importante ser proativo”, disse na carta aos acionistas da empresa.
Essa foi uma forma de tranquilizá-los sobre a atuação da companhia diante da crise econômica que afetou a indústria de cruzeiros sensivelmente. Não foi, entretanto, a única maneira. Com a queda do mercado americano, os executivos trataram de buscar novos mercados para diminuir a dependência da empresa dos Estados Unidos.
De uma vez só, partiram para o ataque. Inauguraram operações próprias na Austrália, na China e, desde 1º de julho, no Brasil. “Isso estava previsto para 2010”, diz Eduardo Nascimento Filho, diretor- geral da Sun & Sea, operadora de turismo que representava a Royal Caribbean no País. “Com a crise, eles aceleraram o processo.” Não é para menos. A meta dos executivos é diminuir a dependência do mercado americano e fazer com que mais da metade do faturamento venha de outros países até 2012. Para iniciar a operação independente no Brasil, a companhia investiu R$ 15 milhões na abertura do escritório localizado em São Paulo e na contratação de 60 funcionários.
“Nossa meta é dobrar de tamanho até o fim de 2010”, diz Ricardo Amaral, contratado para ser o diretor- geral da empresa no País. Na temporada passada, a Royal Caribbean trouxe o navio Splendour of the Seas ao Brasil e faturou cerca de US$ 65 milhões. Para a próxima temporada, que começa no fim de 2009 e termina em meados de 2010, já está prevista a chegada de dois navios – o Splendour e o Vision. “Vamos faturar US$ 80 milhões neste ano.
Mas seremos bem agressivos em 2011 e 2012″, prevê Amaral. Grande parte desse esforço se concentrará na distribuição dos pacotes da empresa. Se hoje os cruzeiros da Royal são vendidos por três mil agências de viagem, a ideia é estar em quatro mil. Visando essa maior interação com o cliente brasileiro, a companhia já está até desenvolvendo um site em português no qual as reservas poderão ser feitas online. “A Royal é uma das companhias mais importantes do mundo.
Já estava na hora de ela vir para o Brasil”, diz Aldo Leone Filho, presidente da operadora de turismo Agaxtur, que no ano passado vendeu os pacotes da Royal para 6 mil passageiros. “Agora temos maior autonomia para trabalhar e mais força para conseguir os investimentos necessários”, diz Amaral. E isso será necessário se a empresa quiser navegar a favor dos bons ventos do setor. O mercado brasileiro de cruzeiros cresceu muito nos últimos anos.
Enquanto na temporada 2004/2005 seis navios atracaram nos portos nacionais e a indústria faturou US$ 62,4 milhões, na temporada passada o número de navios saltou para 16 navios e o faturamento pulou para US$ 305 milhões. E ainda há muito potencial. Afinal, o País sediará a Copa do Mundo de 2014 e os navios poderão suprir a falta de quartos hoteleiros. “Mas isso dependerá de investimentos em infraestrutura e em portos brasileiros”, explica Amaral.