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O barão à vontade em sua casa de paris:

Sentado no chão com um sorriso aberto e a bebida na mão, o barão David de Rothschild parece tranquilo demais para um banqueiro em plena ressaca da crise econômica mundial.

Afinal, banqueiros são vistos como seres sisudos e cheios de empáfia, por mais que suas práticas irresponsáveis nos últimos anos tenham causado em 2008 o maior terremoto financeiro desde os anos 30 do século passado.

Em sua residência em Paris, o barão bonachão tem bons motivos para brindar. Para o centenário banco de investimentos NM Rothschild & Sons, o ano passado foi como um passeio numa tarde chuvosa na avenida Champs-Élysées.

Nada como uma perspectiva diferente dos problemas do mundo e dos negócios. “Nosso sucesso resistiu à nacionalização, a guerras mundiais e à perseguição nazista.

E ainda estamos aqui”, afirmou o chefe do clã Rothschild ao jornal The Wall Street Journal, espécie de bíblia do capitalismo americano, na semana passada. Enquanto seus principais concorrentes afundaram na crise dos empréstimos imobiliários de alto risco (subprime) e dos instrumentos financeiros tóxicos derivados desses contratos, o grupo Rothschild continuou fiel às tradições de banco de investimentos, mais voltado ao apoio dos negócios das empresas e dos clientes com grandes fortunas.

Esse estilo de merchant banker tem assegurado a perenidade do grupo desde que a família judaica deixou Frankfurt, no final do século XIX, e se estabeleceu em Paris e Londres. Por isso, a maior preocupação do banqueiro no momento é preparar sua sucessão, que acontecerá somente em 2016, quando completará 74 anos.

Seu sucessor natural é o filho Alexander. O problema é que ele tem apenas 29 anos e é considerado jovem demais para comandar um império que atua em vários países, inclusive no Brasil.

Uma opção temporária seria entregar a chave do império ao sobrinho Benjamin, mais experiente. Aos 46 anos, ele comanda sua própria empresa de gestão de grandes fortunas, a LCF Rothschild Group, com ativos de E 100 bilhões em Genebra, na Suíça. No fundo, para o barão, o que importa é manter um Rothschild à frente do negócio. E depois outro, e outro. O resto é detalhe.