Pouco menos de um mês após uma quadrilha de quatro pessoas executar um milionário roubo no Museu do Louvre, novos documentos mostram que a instituição apresentava sérias falhas de segurança digital.

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As informações foram reveladas pela CheckNews, que teve acesso a documentos de auditorias realizadas desde 2014 por empresas de segurança. 

Segundo reportagem publicada no veículo francês Libération, o departamento de TI do local tinha Windows 2000 e XP instalados nas estações de trabalho, sistemas operacionais descontinuados oficialmente há anos, enfraquecendo a proteção contra ameaças modernas.

O que mais preocupou os especialistas, no entanto, foram os testes realizados na rede de segurança do local, que mostraram que sistemas e equipamentos críticos para o ecossistema eram protegidos por uma senha intuitiva até demais: “Louvre”.

Na época, a Agência Nacional de Cibersegurança da França (ANSSI, na sigla em francês) recomendou ação imediata: troca de senhas, correção de vulnerabilidades e atualização de sistemas operacionais.

Três anos depois, uma nova análise mostrou que os sistemas de vigilância falhavam constantemente, citando falta de manutenção e atualização dos softwares.

E por falar em software: uma análise mais recente, de 2025, mostrou que ao menos 8 deles não podem ser atualizados, já que alguns foram desenvolvidos em 2003 e não foram continuados pelos desenvolvedores.

Mesmo com todo o histórico de problemas na cibersegurança, a ministra da Cultura da França, Rachida Dati, afirmou poucas horas após o roubo que “os sistemas de segurança do museu funcionaram”, mas mudou de opinião dez dias depois do crime, quando admitiu no Senado que “houve falha de segurança”.

Relembre o caso

Em 19 de outubro, dois homens estacionaram um veículo do lado de fora do Louvre. Com uma escada, subiram até o 2º andar e quebraram uma janela para acessar o local. 

A dupla arrombou vitrines e levou joias históricas avaliadas em US$ 102 milhões (R$ 548 milhões, pela cotação atual), antes de escapar usando scooters.

Quatro suspeitos foram indiciados preliminarmente e detidos, incluindo três que seriam membros da equipe que invadiu o museu. 

Uma quarta pessoa, namorada de um dos supostos assaltantes, também foi presa. Todos respondem por furto por quadrilha organizada e conspiração criminosa.