Instabilidade chega ao estado nesta sexta e permanece durante o final de semana, principalmente no centro-leste e no nordeste gaúchos, o que inclui a região metropolitana de Porto Alegre, já muito afetada pela enchente.Em meio à maior enchente da sua história, o Rio Grande do Sul deve ser atingido por mais chuva a partir desta sexta-feira (10/05) e durante o final de semana, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O órgão prevê que a instabilidade ocorra com mais força no centro-leste e no leste do estado, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre.

Nessa área, fortemente atingida pela enchente, o acumulado de chuva pode chegar a 330 milímetros nos próximos três dias, o que levou o Inmet a emitir uma nota técnica para riscos geológicos, devido a possíveis deslizamentos de terra e desabamentos, e também geológicos, por meio de alagamentos e extravasamento de rios e canais.

Com novos temporais, áreas já atingidas pela enchente podem sofrer inundações mais intensas. A região metropolitana concentra algumas das principais bacias de captação de rios que correm do interior – das regiões dos vales, por exemplo, onde ficam os rios Caí, Taquari e Sinos – e deságuam no Guaíba, em Porto Alegre e em outras cidades próximas.

Com o sol e o tempo seco dos últimos dias, o nível desses rios seguiu caindo, mas a volta das chuvas pode fazê-los subir novamente, além da manutenção do nível elevado de água.

Os alertas do Inmet têm diferentes níveis para diferentes regiões. O mais alto, de “perigo”, é para a metade norte do Estado, incluindo cidades como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Santa Maria, Passo Fundo e Caxias do Sul.

Nas regiões desses municípios, as chuvas podem passar dos 100 milímetros por dia. A previsão também aponta ventos fortes que podem chegar a até 100 km/h. As demais áreas do estado estão em alerta de “perigo potencial”, com chuvas de até 50 milímetros por dia e ventos de até 60 km/h.

Depois disso, está prevista a chegada do frio. Uma massa de ar frio e seco tende a causar queda nas temperaturas em todo o estado.

Vento prejudica

Até o momento, o estado contabiliza mais de 100 mortos e mais de 130 desaparecidos devido à enchente que começou no final de abril e segue neste começo de maio. Quase 400 mil pessoas tiveram de deixar suas casas, com em torno de 70 mil delas em abrigos e 330 mil desalojadas, que estão em casas de familiares ou amigos.

Os modelos projetados pelo Inmet também apontam alteração na direção do vento na Lagoa dos Patos, que é para onde escoa a água do Guaíba e que depois deságua no mar por meio de uma estreita passagem já no sul do estado, entre os municípios de Rio Grande e São José do Norte.

Devido ao vento que pode dificultar o escoamento, cidades como Rio Grande e Pelotas seguem em alerta para inundações graduais, já que o excesso de água escoa em direção à região.

O rio Uruguai e seus afluentes, localizados próximos à fronteira oeste do Rio Grande do Sul, também têm previsão de continuar subindo nos próximos dias.

Chuva e emergência também no Maranhão

No outro extremo do Brasil, no estado do Maranhão, pelo menos 30 municípios já decretaram situação de emergência devido às chuvas que atingem o estado desde abril, de acordo com informações confirmadas pela Defesa Civil.

Mais de mil famílias estão desabrigadas, e quase 3 mil pessoas, desalojadas. Até o momento, foi registrada uma morte.

A Defesa Civil trabalha para retirar moradores de áreas de risco, enquanto o governo do Maranhão tem fornecido alimentação aos atingidos pelas cheias por meio da rede de restaurantes populares.

gb/bl (ots)