A partir de setembro entra em operação, no Rio Grande do Sul, a maior usina de energia solar tokenizada do país. O projeto, do Grupo HCC Energia Solar, ocupará uma área de cerca de cinco hectares de sítio em Canguçu e terá 3,5 MWp de capacidade, suficiente para abastecer 1.200 residências.

Orçado em 15 milhões de reais, o sistema fotovoltaico de geração distribuída de uso compartilhado, também conhecido como energia solar por assinatura, conta com metade dos recursos financiada pelo próprio grupo e outra metade proveniente da comercialização de tokens (uma espécie de ativos que dá direito aos investidores uma participação sobre o lucro da usina), pela Liqi, especializada em infraestrutura blockchain.

O grupo HCC investiu no projeto 8 milhões de reais e deve injetar mais 7 milhões de reais captados na comercialização de tokens por meio da plataforma blockchain da Liqi. Por ser renda fixa, o investimento em carteira de tokens não tem taxa de intermediação, e é livre de Imposto de Renda. A taxa de rendimento da carteira prometida pelo HCC é de cerca de 1,4% ao mês.

A tokenização proporciona vantagens tanto para as empresas do segmento implementarem mais usinas em pouco tempo como também para investidores. “Essa modalidade de investimento, além de ser mais democrático, rentável e oferecer a segurança da renda fixa, permite às empresas do setor obterem financiamento para construção de usinas com mais agilidade do que pelos outros meios convencionais”, afirma Luiz Wagner, diretor da HCC Engenharia, braço do grupo do responsável pelo desenvolvimento e execução de projetos fotovoltaicos.

Com obras iniciadas em março de 2024, a usina fotovoltaica de Canguçu está com 80% da instalação já estão concluídos. A eletricidade produzida a partir dos raios solares é jogada na rede da concessionária, convertendo em desconto para assinantes da usina. Parte do lucro obtido com a comercialização da energia será distribuída entre os investidores.

Tecnologia

O executivo ressalta que “a tecnologia é parte relevante do projeto, por isso, foram escolhidos painéis solares de alta performance, para assegurar eficiência na operação e no retorno do investimento”. A usina fotovoltaica de Canguçu conta com mais de 5,9 mil módulos solares bifaciais com tecnologia Topcon N-Type, de 585W, da DAH Solar, conectados com 10 inversores de 250kW da Chint.

O módulo bifacial de vidro duplo (Double Glass), por ser mais resistente, apresenta menos índice de degradação ao ano, além de otimizar a produção de energia captando tanto dos raios solares que incidem diretamente na superfície como também os que refletem. Enquanto a tecnologia Topcon N-Type maximiza a produção de energia, gerando mais energia em altas temperaturas e melhor desempenho na penumbra.

De acordo com Leonardo Rodrigues, gerente técnico para LATAM da DAH Solar, esses modelos bifaciais podem gerar de 5% a 25% a mais de energia em relação aos painéis convencionais monofaciais, devido ao aproveitamento da irradiação refletida do solo.
“Em outras usinas, os painéis da DAH vêm apresentando desempenho acima do esperado”, afirma Wagner, do HCC, que possui onze usinas de energia solar em operação, sendo duas no Rio Grande do Sul, sete em Mato Grosso do Sul e duas em Goiás.

“A tokenização favorece ainda os EPCistas, que conseguem colocar de pé a usina com potência projetada, evitando penalizações, e ainda atrair consumidores e investidores em um ambiente controlado, em um fundo de investimento em energia limpa com ótima rentabilidade”, conclui.