14/03/2012 - 21:00
A economia brasileira entra em nova cadência em 2012. Várias medidas estão sendo pensadas pelo governo para turbinar o crescimento e ampliar mercado e investimentos. “É hora de desengavetar projetos!” – essa frase virou mantra nos ambientes palacianos. E quem levanta essa bandeira são interlocutores da própria equipe econômica, prometendo criar uma plataforma propícia para a nova arrancada. O aviso desses senhores é claro: aqueles que não embarcarem podem estar perdendo uma excelente oportunidade. Batizado como “pacote de bondades”, o arsenal de medidas inclui desoneração da folha de pagamentos, revisão de impostos, aumento das linhas de crédito no BNDES, queda sistemática dos juros, ajuste no câmbio, etc.
A lista é longa e deve vir de forma gradual. Nas palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, nenhuma alternativa que ajude o País a alcançar o objetivo central de um PIB mais robusto no fim do ano será descartada. O sinal de alerta para essa movimentação foi o número do ano passado, que ficou em meros 2,7%, abaixo das expectativas. O “pibinho”, como criticaram alguns, inquietou até a presidenta Dilma. Friamente, colocados sob o prisma de comparação, ano a ano, até que os 2,7% não foram um desempenho tão mau assim. Eles significaram um avanço visível sobre uma base alta. Em 2010, a economia havia crescido estupendos 7,5%, e empurrar para cima essa taxa não é tarefa fácil.
Os 2,7% de 2011 representaram também quase o dobro do resultado verificado na zona do euro, onde o PIB médio não passou de 1,4%. O temor de que a inflação fugisse do controle no início do ano passado – preços como os dos alimentos haviam subido cerca de 30% em poucos meses – levou o governo a apertar o garrote. Juros e IOF aumentaram, e o recolhimento compulsório dos bancos também, retirando liquidez da praça. Com a chegada da crise europeia no segundo semestre, uma verdadeira pororoca de expectativas negativas se montou, e o setor produtivo recolheu os planos, provocando o recuo de ritmo. É na direção oposta que as autoridades trabalham agora, com sinais inequívocos.