O membro do Banco Central Europeu (BCE), Villeroy de Galhau, disse, nesta terça-feira, 21, que há um consenso plausível de que a autoridade monetária da zona do euro deve agir em cada encontro. “O BCE mantém uma abordagem a cada encontro, o que não significa que haverá uma decisão de 0,25 ponto porcentual em cada uma das reuniões”, afirmou o dirigente, que também preside o Banco Central da França, em entrevista à Bloomberg TV nos bastidores do Fórum Econômico Mundial de Davos.

“Se o ritmo de cortes de juros for estável, não haverá necessidade de ser maior”, afirmou Villeroy, ressaltando, contudo, que o BCE pode fazer ajustes a depender dos dados. “Não estamos em um ritmo predeterminado.”

Villeroy observou que o BCE foi bem-sucedido no processo de promover uma desinflação e que a taxa de inflação esperada para este ano de 2,1% está muito próxima da meta da autarquia.

Um ponto destacado pelo dirigente é que a inflação dos bens manufaturados está muito baixa na zona do euro, enquanto é mais persistente no setor de serviços.

Para Villeroy, se houver uma decisão de cortar a taxa de juros, a taxa de inflação pode atingir 2% no verão (no hemisfério Norte), um nível que o dirigente considera neutro.

Quando a taxa de inflação atingir 2%, o BCE pode decidir se as taxas de juros permanecerão no patamar determinado ou se o BCE seguirá adiante. Mas o dirigente disse que levar a taxa de juros abaixo do patamar neutro, não é uma questão pertinente para o momento.

Sobre uma pergunta em relação ao cenário que poderia justificar uma pausa e eventuais implicações sobre medidas vindas do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, Villeroy disse que está vigilante, mas não preocupado.

O dirigente pontuou que há uma pressão menor do mercado de trabalho e dos preços dos bens na Europa.

Villeroy citou ainda que entre os grandes bancos centrais, o curso do BCE é o mais simples.