A rupia indiana permanece firme diante do dólar depois de o Federal Reserve elevar os juros básicos nos EUA. Analistas dizem que a moeda da Índia é a mais resiliente entre as de mercados emergentes graças a uma notável melhora nos fundamentos econômicos do país, como o déficit fiscal, o déficit em conta corrente e as reservas estrangeiras.

Quando o Fed sinalizou pela primeira vez que iria apertar a política monetária norte-americana, a rupia e a maioria das outras moedas emergentes despencaram, mas a divisa indiana se recuperou desde então. Em agosto de 2013 a rupia atingiu seu nível mais fraco, com o dólar a 68,80 rupias, em meio ao chamado “taper tantrum”, e a Índia foi colocada em um grupo de outras economias em desenvolvimento vulneráveis ao movimento do Fed que ficou conhecido como “Cinco Frágeis” – e incluía o Brasil.

No entanto, desde então o país asiático vem fazendo seu caminho de volta para as carteiras dos investidores internacionais. Nos últimos dois anos a rupia permaneceu relativamente estável e perdeu apenas 7% do valor em relação ao dólar, comparado com o declínio de 39% no real brasileiro, de 53% no rublo russo e de 29% na lira turca.

Embora a rupia tenha caído para a mínima em dois anos nesta semana, ela continuará com desempenho acima da média de outras moedas emergentes, segundo analistas, já que a esperada elevação dos juros pelo Fed acaba com uma incerteza que pairava nos mercados e permite que os investidores se concentrem no cenário econômico mais amplo da Índia.

Às 8h46 (de Brasília), o dólar caía cerca de 0,15%, para 66,47 rupias.

A Índia “ainda é um dos principais motores do crescimento global”, afirmou Roy Teo, estrategista sênior de câmbio do ABN AMRO Bank. “Nós acreditamos que a rupia deverá ser uma das moedas asiáticas mais resilientes em 2016”, acrescentou.

Economistas preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) indiano crescerá cerca de 7,5% no ano fiscal que termina em março, o que fará da Índia o país com o crescimento mais rápido no mundo. A conta corrente indiana teve superávit de 1,5% do PIB durante os três meses até setembro, comparado ao déficit de 4,8% registrado no ano fiscal 2012-2013. Além disso, as reservas estrangeiras do país aumentaram para mais de US$ 350 bilhões. Fonte: Dow Jones Newswires.