02/09/2021 - 12:50
O regulador das telecomunicações russas afirmou nesta quinta-feira (2) que a rejeição das empresas americanas Apple e Google de suprimir o aplicativo do opositor Alexei Navalny poderia ser considerada uma “interferência eleitoral”.
Em 20 de agosto, o serviço russo de vigilância das telecomunicações exigiu ao Google e Apple que deletassem o aplicativo do opositor de suas lojas na internet.
O regulador Roskomnadzor lançou nesta quinta-feira uma segunda advertência às duas empresas americanas, por meio de um comunicado acessado pela AFP.
Dentro de três semanas, a Rússia realizará eleições legislativas sem a participação dos aliados de Alexei Navalny, excluídos da votação ou obrigados a se exilarem depois que suas organizações foram proibidas, declaradas “extremistas” em junho.
“A organização ou a participação em organizações extremistas proibidas na Rússia podem ser penalmente castigadas”, alertou o regulador, para o qual a rejeição a eliminar o aplicativo em questão “pode ser considerada uma interferência eleitoral”.
Durante sua coletiva semanal, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, classificou a atitude da Google e Apple como “inaceitável em relação aos processos eleitorais em andamento”.
Desde que as organizações de Navalny foram proibidas, várias páginas na internet do opositor foram bloqueadas na Rússia pelo Roskomnadzor.
Alexei Navalny, condenado em fevereiro a dois anos e meio de prisão em um proceso que ele considera político, pediu aos seus apoiadores que usem seu aplicativo para encontrar e votar nos candidatos que possam vencer os do Kremlin.
Esta estratégia de “voto inteligente” gerou algumas vitórias nas eleições locais de 2019, especialmente em Moscou.
A porta-voz do ativista, Kira Yarmysh, denunciou nesta quinta-feira a interferência de Roskomnadzor nas eleições russas e pediu no Twitter que as pessoas baixem “rapidamente” o aplicativo.