Diferentemente do que havia pedido o presidente Vladimir Putin, a Rússia declarou nesta quarta-feira (9) que não pretende tirar Volodymyr Zelensky da presidência e nem ocupar o território da Ucrânia. Em entrevista coletiva, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que houve avanços nas negociações para interromper a ofensiva militar russa.

Zakharova disse que Moscou deseja impor status neutro à Ucrânia para impedir o país de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas através das negociações. Os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, encontram-se nesta quinta-feira (10) na Turquia para discutir a guerra.

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“Não queremos ocupar a Ucrânia ou a destruição de seu Estado, ou a derrubada do governo. Não é dirigido à população civil”, argumentou Zakharova, que admitiu “algum progresso” das negociações de paz nos últimos dias.

“Estão ocorrendo negociações para acabar, quanto antes, com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas”, pontuou.

Putin, no início da ofensiva militar, que começou em 24 de fevereiro, pediu que o exército ucraniano derrubasse Zelensky, o que contribuiria às negociações e ao fim da invasão.

“Digo francamente que minhas expectativas em relação a essas conversas são baixas. Estamos interessados em um cessar-fogo, em liberar nossos territórios e o terceiro ponto é resolver as questões humanitárias”, afirmou Kuleba em vídeo.

Em entrevista ao canal de televisão americano ABC, Zelensky disse que moveu a expectativa de adesão da Ucrânia à Otan e está disposto a um acordo sobre os territórios pró-Rússia no leste da Ucrânia.