China e Rússia publicaram uma declaração conjunta nesta sexta-feira (4), criticando a influência americana e o papel das alianças militares ocidentais, OTAN e AUKUS, na Europa e na Ásia, considerando-as desestabilizadoras.

No documento, adotado durante o encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, os dois países denunciaram “a influência negativa dos Estados Unidos para a estabilidade e para uma paz justa” no mundo.

Ambos se opuseram a “qualquer ampliação futura da OTAN”, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, retomando a exigência de Moscou para que se possa desescalar a tensão com os países ocidentais sobre a Ucrânia.

Nesse sentido, China e Rússia pedem à “Aliança Atlântica que renuncie a seus pontos de vista ideológicos que datam da Guerra Fria”.

Rússia e China defendem a ideia de “indivisibilidade da segurança”, na qual Moscou se baseia para pedir à OTAN que saia da sua zona de influência. O Kremlin argumenta que a segurança de uns não pode ser alcançada em detrimento da segurança de outros.

Os dois países também denunciaram a “influência negativa dos Estados Unidos na paz e na estabilidade da região Ásia-Pacífico”.

Manifestaram, ainda, sua “preocupação” com a criação em 2021 da aliança militar entre Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, conhecida como AUKUS. Para Putin e Xi, esta associação, concentrada, sobretudo, na fabricação de submarinos nucleares, “afeta questões de estabilidade estratégica”.

A criação da AUKUS foi criticada pela China, mas os Estados Unidos consideram-na uma prioridade para aprofundar sua presença na região e fazer um contrapeso à influência de Pequim.

China e Rússia também assinaram vários acordos nesta sexta-feira, cujo valor não foi divulgado. Um deles prevê o fornecimento de 100 milhões de toneladas de petróleo bruto russo para a China, via Cazaquistão, nos próximos dez anos.