06/05/2020 - 9:13
A Rússia se tornou, nesta quarta-feira (6), o quinto país da Europa mais afetado pelo coronavírus, depois de registrar mais de 10.000 novos casos de contágio pelo quarto dia consecutivo.
De acordo com os números oficiais, o país registrou 10.559 novos casos nas últimas 24 horas e alcançou o total de 165.929 pessoas contaminadas. Agora, ocupa o quinto lugar na lista de nações mais afetadas da Europa e o sexto na lista mundial, de acordo com o balanço da AFP.
Com 1.537 mortos, a taxa de mortalidade continua sendo reduzida na comparação com Itália, Espanha, França, Alemanha, ou Estados Unidos.
As autoridades explicam a taxa de mortalidade reduzida pelas medidas que adotaram rapidamente contra a pandemia, como o fechamento das fronteiras, os testes (mais de quatro milhões) e a preparação dos hospitais para a pandemia, em particular em Moscou, o foco principal da doença.
Algumas vozes críticas questionam, porém, a exatidão dos números.
O aumento no número de novos casos, em particular em Moscou, que contabiliza mais da metade das infecções na Rússia, também coloca as autoridades em uma situação difícil, uma vez que o país ainda não atingiu seu pico epidêmico.
A economia sofre com as medidas de contenção impostas desde o final de março. Pequenas e médias empresas e milhões de russos perderam renda, apesar da promessa das autoridades de apoiarem empresas e trabalhadores.
Nesse contexto, o presidente Vladimir Putin viu sua popularidade cair 4 pontos entre março e abril, e 10 pontos desde janeiro, chegando a 59%, segundo a verificação mensal do Instituto Levada.
O presidente celebra nesta quarta-feira uma reunião por videoconferência sobre a flexibilização parcial das restrições em algumas regiões russas, a partir de 12 de maio.
O chefe de governo Mikhaïl Michustin, que deu positivo para o coronavírus na semana passada, não estará presente.
Embora o presidente russo tenha dito entender “o cansaço físico e psicológico” dos russos, devido ao confinamento, ele ressaltou que a situação epidemiológica prevalecerá, em caso de suavização das medidas em vigor.
Se as pessoas não respeitarem o confinamento, especialmente por causa do bom tempo, “talvez tenhamos que aumentar” as restrições, alertou no domingo a chefe da Agência Russa de Saúde (Rospotrebnadzor), Anna Popova, em entrevista à televisão russa.
Em Moscou, epicentro da doença com 85.973 casos relatados e 866 mortes, máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis são vendidas desde terça-feira nas estações de metrô.
As autoridades municipais planejam tornar a máscara obrigatória no transporte público. Até três milhões de pessoas têm um passe que lhes permite circular na megalópole e ir trabalhar.
Também na capital russa, onde já se fez um milhão de testes, até 27.000 leitos para pacientes com COVID-19 devem estar disponíveis em maio.
Para isso, estão sendo construídos hospitais provisórios, um deles no famoso centro de exposições VDNKh, no norte de Moscou.
Na região em torno da capital, o uso de máscaras em transporte público, lojas e táxis se tornará obrigatório em 12 de maio, anunciou o governador regional.