21/07/2022 - 18:14
Por Vitalii Hnidyi e Jonathan Spicer
KHARKIV, Ucrânia/ISTAMBUL (Reuters) – A Rússia e a Ucrânia assinarão um acordo na sexta-feira para reabrir os portos ucranianos do Mar Negro, disse a Turquia. Um avanço potencial que pode aliviar a ameaça de fome enfrentada por milhões de pessoas em todo o mundo como consequência da invasão da Rússia.
A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores de alimentos do mundo, e os portos da Ucrânia, incluindo o principal hub de Odessa, foram bloqueados pela frota russa do Mar Negro.
A interrupção dos embarques de grãos durante a guerra de cinco meses fez com que os preços subissem drasticamente em todo o mundo, e a reabertura dos portos da Ucrânia poderia evitar a fome.
Embora os portos da Rússia não tenham sido fechados, Moscou reclamou que seus embarques foram prejudicados pelas sanções ocidentais. Os Estados Unidos e a União Europeia ajustaram suas sanções recentemente para definir mais claramente exceções para as exportações russas de alimentos e fertilizantes.
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A Turquia, um membro da OTAN com boas relações com os dois países em guerra, controla os estreitos que levam ao Mar Negro e atuou como mediador na questão. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que poderia assinar qualquer acordo, estava a caminho da Turquia.
Ancara disse que as partes colocarão por escrito um acordo que concordaram em princípio nas negociações da semana passada em Istambul.
Os detalhes completos do acordo não foram divulgados imediatamente. Ele está para ser assinado na sexta-feira nos escritórios do Palácio Dolmabahce às 10h30 (horário de Brasília), disse o gabinete do presidente Tayyip Erdogan.
Não houve confirmação imediata de Moscou.
O governo de Kiev não confirmou que um acordo foi fechado. O Ministério das Relações Exteriores disse nesta quinta-feira que outra rodada de negociações liderada pela ONU para desbloquear as exportações de grãos ucranianos ocorreria na Turquia na sexta-feira.
“Em resumo, pode ser assinado um documento que vincule as partes a (garantir) o funcionamento seguro das rotas de exportação no Mar Negro”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko.
O Departamento de Estado dos EUA disse que saudou o anúncio e responsabilizará a Rússia pela implementação do acordo.
(Reportagem Reuters; texto de Peter Graff e Grant McCool)
((Tradução Redação São Paulo))