26/05/2020 - 13:21
A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair contestará no Tribunal de Justiça Europeu o plano de resgate do governo alemão de 9 bilhões de euros para salvar a empresa Lufthansa, alegando que a medida é anticoncorrência.
“A Ryanair denunciará este novo exemplo de auxílio estatal ilegal, o que distorcerá bastante a concorrência e as regras do jogo nos voos de e para a Alemanha nos próximos cinco anos”, afirmou o presidente do grupo, Michael O’Leary.
O polêmico fundador da Ryanair denunciou desde o início da crise da saúde o auxílio de vários Estados às grandes companhias aéreas e já levou os casos da companhia aérea escandinava SAS e das empresas francesas ao tribunal europeu.
“O governo alemão continua a ignorar as regras europeias quando é conveniente subsidiar grandes empresas alemãs, mas dá lições a todos os outros governos europeus sobre como respeitar as regras”, disse O’Leary na terça-feira.
Ele garante que essa ajuda impedirá companhias aéreas de baixo custo como a dele de competir com a Lufthansa. Segundo ele, companhias menores poderiam oferecer voos perdidos no mercado alemão, um dos mais importantes para a Ryanair.
A Lufthansa e o governo alemão chegaram a um acordo na segunda-feira sobre um resgate de 9 bilhões de euros que fará do Estado o maior acionista da gigante da aviação para evitar a falência.
Devido ao coronavírus e às restrições de viagem, o setor de aviação está passando por uma crise sem precedentes que ameaça sua própria existência.
A Ryanair garantiu por semanas que não precisa de auxílio estatal e que possui liquidez suficiente para lidar com esse choque. No entanto, a empresa planeja cortar 3.000 empregos, principalmente pilotos e tripulação de cabine, 15% de sua força de trabalho.
Também usou um empréstimo de £ 600 milhões do governo britânico como parte de uma medida para apoiar grandes empresas.
No entanto, a Ryanair acredita que este não é um auxílio estatal contrário à lei, mas uma medida aberta a todas as empresas com boa saúde financeira.