21/01/2016 - 20:05
A Sabesp informou que celebrou nesta quinta-feira, 21, um protocolo de intenções com o Mauá para elaborar estudos e avaliações visando ao equacionamento das dívidas existentes entre o município e a companhia, bem como das relações comerciais. Segundo informação do livro “Água, Crise e Conflito em São Paulo”, escrito pelo advogado da Sabesp, Rubens Naves, até junho de 2015, Mauá possuía uma dívida de R$ 1,963 bilhão com a companhia de saneamento.
A empresa já assinou protocolos de intenções semelhantes com os municípios de Santo André e Guarulhos. A dívida de Santo André chegava a R$ 2,756 bilhões, até junho de 2015. A de Guarulhos, por sua vez, totalizava R$ 2,729 bilhões ao final de novembro de 2015.
Reportagem publicada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em 12 de janeiro citava que o protocolo assinado com Guarulhos para o equacionamento das dívidas existentes e das relações comerciais, conforme anunciado pela Sabesp no início deste mês, poderia levar a desfechos semelhantes nas disputas entre a empresa e as cidades de São Bernardo do Campo e Diadema.
Segundo a matéria, o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), relatou haver pressão da Sabesp em assumir o saneamento da cidade. Ao Broadcast, ele disse que a proposta de sua gestão é que o saneamento seja assumido por uma sociedade de propósito específico (SPE), com participação da prefeitura, da Sabesp e de uma empresa privada.
“A realidade é que nós não temos os recursos para investir (na rede de esgoto) nem a Sabesp, neste momento. O melhor para a cidade, para os moradores, seria um modelo tripartite”, afirmou.
A Sabesp, no entanto, não demonstrou simpatia por essa alternativa e deveria usar a negociação da dívida do município para pressionar pelo modelo em que ela reassume integralmente o serviço de saneamento, dizia a reportagem.