25/03/2025 - 9:29
A Sabesp divulgou na noite de segunda-feira lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, crescimento de 21% sobre o mesmo período do ano anterior, em um desempenho apoiado em parte por reconhecimento contábil de indenização gerada como consequência da privatização da empresa em julho.
Em termos ajustados, a maior companhia de água e saneamento da América Latina teve um resultado líquido de R$ 1,9 bilhão no quarto trimestre, 64% maior que o obtido um ano antes.
Analistas em média esperavam lucro líquido de R$ 1,7 bilhão para a Sabesp no quarto trimestre, segundo dados da LSEG.
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A companhia afirmou no balanço que reconheceu R$ 331 milhões no quarto trimestre a título de indenização relativa ao processo de privatização em que passou a prestar, sob um único contrato com vencimento em 2060, serviços em 371 municípios de São Paulo.
Segundo a empresa, a indenização decorre de “investimentos reversíveis e não totalmente amortizados até o final do contrato que deverão ser indenizados”.
O desempenho operacional medido pelo Ebitda ajustado nos três últimos meses do ano passado subiu 4,1% sobre um ano antes, para R$ 3 bilhões, também dentro do esperado pelo mercado, segundo a LSEG.
A receita líquida somou R$ 7,84 bilhões no quarto trimestre, alta de 7,9% sobre um ano antes, ajudada por aumento de 1,2% no volume faturado e melhora de 5,5% no mix de consumo.
O crescimento do lucro veio também apoiado em uma redução na folha de pagamento. A Sabesp afirmou que encerrou 2024 com 10,55 mil trabalhadores, uma redução de 5,5% ante 2023 que gerou uma economia de R$ 439 milhões. A empresa já vinha promovendo programas de demissão voluntária antes da privatização em meio aos preparativos para a privatização.
A Sabesp elevou o investimento no quarto trimestre em 17%, para R$ 2,75 bilhões.
Privatização
A Sabesp foi privatizada no ano passado. À época, a oferta de ações para fundos e pessoas físicas foi precificada a R$ 67 cada, levantando no total R$ 14,8 bilhões.
Com a maior oferta de ações da história do setor de saneamento no país, o governo paulista tinha como objetivo reduzir a participação do estado na Sabesp de 50,3% para 18% – a Equatorial (acionista de referência) ficou com 15%.