A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) anunciou que vai reduzir a pressão na distribuição de água na região metropolitana de São Paulo pelo período de oito horas durante as madrugadas, a partir de quarta-feira, 27. A previsão é de que a medida garantirá uma economia de 4m3 de água por segundo.

A redução da pressão na tubulação é válida até que sejam recuperados os níveis dos reservatórios que abastecem a região metropolitana. Os horários de início e fim da operação vão ser definidos pela Sabesp. Apesar da redução da pressão, a companhia reitera que os imóveis residenciais que possuem caixa d’água não devem sentir os efeitos desta ação.

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A região metropolitana vem enfrentando uma sequência de anos com chuvas abaixo da média. Os sete sistemas de água que abastecem as cidades da região metropolitana de São Paulo operam no menor nível dos últimos 10 anos para o mês de agosto. Reunindo os sistemas Cantareira, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro, Alto Tietê, Alto Cotia e São Lourenço, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) funcionava na terça-feira, 19, com 39,9% da sua capacidade.

Nível dos reservatórios preocupa

É o menor volume para a data desde 2015, quando a região sofreu com uma crise hídrica histórica. Em 19 de agosto daquele ano, os reservatórios operaram com apenas 10,6% do volume total.

“A gestão da demanda noturna é uma medida eficiente porque ajuda a economizar água, reduz perdas e causa menos impacto para a população, por ser executada no período de menor demanda”, explicou o diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), Thiago Mesquita Nunes.

Chama a atenção o declínio no nível dos reservatórios nos dois últimos anos. Em 2024, os sistemas operaram com 58,4% da capacidade no período. Em 2023, esse volume estava ainda maior (71,5%).

Em cerca de um mês, o volume dos reservatórios caiu quase 8%, indo de 47,7%, registrado pela Sabesp em 19 de julho, para 39,9%. Um ritmo de queda de 0,25% por dia.

E o prognóstico climático para a região não é favorável. O inverno confirmou as previsões para um período de seca e de poucas chuvas no Sudeste.

De acordo com o Protocolo de Escassez Hídrica de São Paulo, a região metropolitana se encontra hoje em “estado de atenção”. Caso esse porcentual caia para valores entre 30% e 20%, é acionado o estágio “crítico”. Já o último estado, de “emergência”, é acionado quando os valores atingem porcentuais inferiores a 20%.

“É muito importante que consigamos estabilizar os reservatórios até que tenhamos novas chuvas, e para isso a adoção de medidas de contingência é importante, assim como é fundamental a cooperação da população na redução do consumo”, enfatiza a presidente da SP Águas, Camila Viana.