SÃO PAULO (Reuters) – A Sabesp avalia que os níveis de seus reservatórios após o período de estiagem estão adequados, mas previsões que indicam um verão mais seco são motivo de atenção, afirmou o presidente da maior empresa de água e saneamento do Brasil, Benedito Braga Junior.

“O total armazenado está em 45%, mas tem que ser acompanhado com atenção porque a previsão é de termos um verão mais seco”, disse o executivo durante conferência sobre os resultados de terceiro trimestre divulgados pela companhia na semana passada.

“Podem atrasar as chuvas que normalmente chegam em dezembro”, acrescentou o executivo.

A Sabesp teve lucro de cerca de 1,1 bilhão de reais no terceiro trimestre, forte avanço sobre os 469 milhões apurados um ano antes, ajudado em parte por aumento de tarifas e efeitos cambiais.

O diretor financeiro, da Sabesp, Osvaldo Garcia, afirmou durante a conferência que a companhia está intensificando ações para redução da inadimplência, algo que inclui cortes nos serviços.

Segundo o executivo, a expectativa da empresa é que os níveis de calotes da companhia voltem a patamares pré-pandemia a partir do segundo semestre do próximo ano.

“Mas a situação econômica do país é componente que pesa sobre a redução (da inadimplência)”, disse Garcia. “Alguns clientes acabam priorizando pagar as contas com juros mais elevados”, acrescentou.

No terceiro trimestre, a Sabesp registrou 135,8 milhões de reais na linha “perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa” do balanço, aumento de 14,5% sobre um ano antes. No acumulado de janeiro ao final de setembro, a conta é de 566,4 milhões de reais, 47,6% acima do mesmo período de 2021. As perdas com inadimplência no terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia, foram de 37,6 milhões de reais.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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