Os franceses sempre torceram o nariz para os vinhos Louis Eschenauer. E o desprezo nada tem a ver com a bebida, mas sim com o fundador da empresa que a produz: o senhor Louis Eschenauer, mais conhecido como ?tio Louis?. Famoso exportador de vinhos de Bordeaux, tio Louis foi condenado por colaborar com a Alemanha nazista. A estreita relação com o comando do Terceiro Reich rendeu dois anos de prisão ao empresário. Mas isso não o impediu de expandir seus negócios assim que foi solto. A Louis cresceu e despertou a cobiça de concorrentes. Em 1994, a empresa passou para as mãos de Joseph Heilfrich, dono da Les Grands Chais de France (LGCF), a maior exportadora do setor.

A LGCF agora vai investir cerca de US$ 3 milhões para colocar a marca Louis Eschenauer em alta novamente. E já que a França é hostil aos seus anseios, nada melhor do que explorar o mercado externo. Os investimentos começam pelo Brasil, que receberá em torno de US$ 100 mil para marketing e promoção em pontos-de-venda. ?Trata-se de um mercado potencial incrível. O momento agora é de fortalecer a marca e nos aproximar dos consumidores de classe média?, disse à DINHEIRO Jean Paul Chanel, diretor comercial da LCGF. ?A La Pastina terá exclusividade na importação?, avisa Walter Cramer, diretor da empresa. A meta inicial é vender por aqui 1,2 milhão de garrafas este ano. Hoje, a Louis é responsável por 17% do faturamento do grupo, que no ano passado ficou em torno de US$ 430 milhões. E Chanel acredita que ela pode render muito mais.