O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu nesta sexta-feira, 28, o fatiamento da reforma tributária e disse “é melhor avançar aos poucos na direção correta do que ficar parado esperando o melhor dos mundos”.

Em debate no programa Economia em Foco, da Jovem Pan, Sachsida disse que unificar PIS e Cofins, como busca o governo por meio da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), “não é pouco” e já representa uma “dificuldade enorme”, dada a pressão de setores contra a unificação dos tributos em “uma alíquota, duas alíquotas”.

“A cada dez anos tentamos reforma tributária ampla, e a cada dez anos fracassamos. Vamos então tentar ir aos poucos”, defendeu o secretário. “O ótimo é inimigo do bom.”

Sachsida disse ainda que recuperar de uma crise tão aguda “não é trivial” e que, no Brasil, historicamente essa retomada leva tempo. No entanto, o secretário demonstrou otimismo com o desempenho atual da atividade. “É a recuperação mais rápida da história brasileira, porque mantivemos foco muito claro em consolidação fiscal e reformas”, afirmou.

O secretário disse que os investimentos estão se recuperando, muito puxados pelo setor privado na esteira da aprovação de novos marcos legais, e destacou que novas mudanças estão por vir no mercado de capitais, nas garantias e no mercado de crédito.

Privatização

Sachsida também voltou a defender a privatização da Eletrobras, embora o modelo final proposto pelo Congresso Nacional tenha sido alvo de críticas. “A privatização da Telebras foi a dos sonhos? Claro que não foi, mas gerou muitos resultados positivos”, disse Sachsida. “Há críticas (ao modelo de privatização da Eletrobras), mas temos que avançar em consensos”, afirmou.