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Gestão profissional: Otávio Vieira (à esq.) e Orlando Foz tocam a gestora e oferecem soluções personalizadas

US$ 1,1 bilhão foram os ativos do Banque Safdié em dezembro de 2008, na Suíça. No Brasil, fundos sob gestão atingem R$ 223 milhões

A última mudança aconteceu na semana passada. A placa em aço escovado com o nome de Safdié Gestão de Patrimônio foi instalada na recepção do 21º andar do Edifício Plaza Iguatemi, um dos mais requintados da capital paulistana. A antiga denominação de Safdié Private Banking foi aposentada. Essa simples alteração é a mais aparente de uma grande transformação interna.

Edmundo Safdié, ex-dono do Banco Cidade, vendido ao Bradesco em 2002 por R$ 366 milhões, está longe da operação que leva o seu nome. Nos últimos dois anos, ele foi deixando de acompanhar o dia a dia dos investimentos. Era parte de um planejamento feito sem pressa. Atualmente, participa do conselho de administração e mantém uma sala modesta na empresa para tocar seus negócios particulares, o family office. Criada sob o peso do seu ilustre dono, o que será da Safdié sem Safdié?

Gestores profissionais assumiram suas responsabilidades e prometem dar continuidade à mítica da butique financeira. As grandes fortunas dos clientes estão sob a responsabilidade de três executivos: o diretor Luiz Orlando Foz, da área comercial; Isaac Khafif, responsável pelo compliance; e Otávio Vieira, comandante de toda a gestão de investimentos.

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Edmundo Safdié:
sala modesta e secretária particular para os seus negócios

“Fizemos uma preparação longa e respondemos para o conselho”, afirma Foz. A nova linha de frente quer manter o estilo low profile e exclusivo do banqueiro. Os diferenciais que marcam a gestora devem permanecer os mesmos, como o acesso dos clientes pelo elevador privativo (o mesmo utilizado por Edmundo) para chegar ao 21º andar, sem passar pela recepção. Embora R$ 1 milhão faça de você um potencial candidato a ter seus recursos geridos pela Safdié, são patrimônios de mais de R$ 5 milhões que estão no alvo.

“Queremos o melhor para o cliente. E quanto maior o patrimônio, maior é o nível de sofisticação dos produtos”, diz Foz. O tamanho dos recursos dentro de casa, porém, não são revelados. Segundo a Anbid, a Safdié DTVM faz a administração (cuida da parte burocrática) de R$ 276,6 milhões de fundos de outras instituições e faz a gestão de R$ 222,9 milhões em fundos de renda fixa e multimercado.

Os clientes também podem investir no Exterior, por meio do Banque Safdié, com sede na Suíça. O Safdié Gestão de Recursos é subsidiária integral do banco, que fechou 2008 com ativos de US$ 1,1 bilhão. A mudança do nome no Brasil, embora tenha sido a última peça a ser trocada pelo Safdié, foi a mais importante. Ainda mais depois da crise financeira, que destruiu a reputação de tradicionais instituições financeiras. Mesmo associada ao público de alta renda, private banking era uma denominação que provocava confusão.

Era comum a procura por serviços bancários tradicionais, entre eles o crédito. O Safdié quer evitar esse tipo de interpretação. Eles não concedem empréstimos, não vendem cartão de crédito nem têm fundos de investimento na prateleira, como os grandes bancos que atuam no private banking. “Não corremos risco de crédito. É só ver o que aconteceu com o Lehman Brothers”, compara Vieira. “A quebra não beneficiou nenhum cliente que confiou e depositou seu dinheiro lá.”

Até as paredes do escritório, que têm quadros e esculturas trazidas de Paris por Edmundo, sabem que ali não se empacota nenhum tipo de serviço. Esse é um dos diferenciais que a gestora não quer perder. O Safdié se concentra em conhecer o perfil do seu cliente para montar a melhor estratégia de investimentos. Quem bate à sua porta encontra soluções que vão desde a constituição de um fundo exclusivo de crédito privado até o planejamento da sucessão familiar, que pode ser feito por meio de um fundo de previdência VGBL.

São 37 pessoas que estão pensando nessas diferentes alternativas. “Não seguimos receita de bolo, cada investidor tem a sua diferença”, afirma Vieira.