20/02/2025 - 15:54
Por Marcelo Teixeira
(Reuters) – A safra brasileira de café de 2025/26 deverá cair 8% em relação à temporada anterior, para 59,75 milhões de sacas de 60 kg, devido ao impacto da seca do ano passado e à poda dos cafeeiros maior que a esperada, informou a corretora Pine Agronegócios nesta quinta-feira.
Em um relatório baseado em um recente tour de safra pelas principais áreas produtoras do Brasil, a Pine projetou uma queda de 16% na produção de café arábica, para 36,46 milhões de sacas.
A Pine estimou que a produção de café robusta crescerá 8% em 2025/26, para 23,29 milhões de sacas.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor, depois dos Estados Unidos. Sua produção é fundamental para equilibrar os suprimentos globais, especialmente em meio a preços recordes do café devido a déficits de produção em vários países.
As estimativas da Pine estão abaixo de uma visão média de 64,6 milhões de sacas indicada em uma pesquisa da Reuters.
“A produção de robusta (no Brasil) compensará parcialmente uma safra menor de arábica e poderá levar os torrefadores locais a mudar seus ‘blends'”, disse o relatório, indicando que a indústria local poderia usar mais robusta e menos arábica.
O corretor observou uma poda excepcionalmente alta dos cafeeiros arábica, o que diminui ainda mais o potencial da safra 2025/26.
Os agricultores tendem a podar as árvores quando elas estão em más condições ou quando as cargas de frutos decepcionam. Isso leva a uma produção zero em 2025/26, mas pode revigorar as árvores para que produzam mais na temporada seguinte (2026/27).
A corretora projetou uma queda de 22% nas exportações brasileiras de café em 2025/26, para apenas 39,24 milhões de sacas, devido à limitação da oferta.
Ela espera que os preços altos reduzam o consumo local em 4,5%, para 20,9 milhões de sacas.
A Pine projetou os estoques finais de 2025/26 em 1,6 milhão de sacas, o que, segundo ela, seria o menor já registrado.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)
