07/09/2021 - 16:38
Os fandoms de celebridades – como Swifties da cantora Taylor Swift e o Army do grupo de k-pop BTS – são grupos de pessoas fanáticas por um determinado artista ou produção. Os membros desses grupos também podem ser chamados de “stans”, os ultra-fãs que farão o possível para provar sua devoção às celebridades de sua escolha.
Mas, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo USA Today, essa cultura pode levar a “tendências viciantes” e “comportamentos de perseguição”. Para especialistas, essa idolatria deve ser reavaliada já que as celebridades podem errar, como qualquer um, e causar um desequilíbrio nos fãs por isso.
“O que vemos nas redes sociais é uma pequena fatia de quem as celebridades são, não podemos acreditar nesse glamour o tempo todo”, explica Shana Redmond, professora de inglês e literatura da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
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A gíria “stan” vem de uma música de Eminem sobre um super-fã perigoso do rapper. Apesar do comportamento persistente, o termo não invoca imediatamente uma conotação violenta, tendo, hoje, um uso mais próximo das linhas de obsessão irracional.
Segundo Robert Thompson, diretor na Universidade de Syracuse, antigamente, era mais difícil para o fã acessar o artista, mas isso mudou com as mídias sociais e essas plataformas podem se tornar barris de pólvora para a radicalização.
Para o professor de ciências sociais e comportamentais no SUNY Empire State College, Gayle Stever, há três tipos de adoração a celebridades: social, aquele que acompanha a rotina da celebridade e fala dela no seu dia a dia; pessoal, aquele que usa frases como “minha celebridade favorita é minha alma gêmea”; e o patológico, aquele que faria algo ilegal por uma celebridade.
“Nós, como seres humanos, somos ‘programados’ desde o nascimento para sermos atraídos por rostos e vozes familiares. Portanto, algum nível de adoração às celebridades é inevitável. Mas, isso não significa que precisamos atingir o nível patológico ou que isso deve ser um padrão”, finaliza Stever.
Os especialistas explicam que a cultura stan é falha porque as pessoas são imperfeitas. Se o objeto de adoração fizer a coisa errada, essa interação pode rapidamente mudar para hostilidade e isso pode gerar um problema.