O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um evento súbito e não tem sintomas prévios. Alguns fatores de risco, como pressão e glicemia descontroladas e tabagismo podem predispor a um AVC, mas “não podemos chamar de sintomas prévios”, explica a neurologista Luciana Alves.

“O AVC, em geral, tem sintomas súbitos, ou seja, que surgem de uma hora para outra. Não costumam ocorrer sinais de aviso”, orienta Felipe Barros, médico neurologista do Hospital Sírio Libanês.

+ Problemas de sono é associado a aumento de cinco vezes no risco de AVC, diz estudo

“O que pode acontecer é um Ataque Isquêmico Transitório (AIT), que são sintomas como os do AVC, mas que o paciente não chega a ter uma lesão”, explica Luciana Alves. O AIT é caracterizado por sintomas neurológicos súbitos semelhantes ao AVC, como perda de força, alteração de fala, sensibilidade, desvio de rima e tontura.

De acordo com a neurologista, os sintomas são breves, com duração inferior a 24 horas, frequentemente inferior a 1 hora. “No AIT, os sintomas são transitórios porque não ocorre uma lesão isquêmica no tecido cerebral como acontece no AVC”, afirma a médica.

Segundo Luciana, o AVC e o AIT possuem as mesmas causas, como fator ateroembólico ou cardioembólico, porém no AIT a obstrução do vaso é transitória e no AVC ela persiste, provocando isquemia da região irrigada pelo vaso acometido. Por isso, é fundamental investigar a causa para realizar a melhor prevenção de um novo evento vascular.

Para avaliar a presença de lesão, é necessária a realização de um exame de imagem. Nas primeiras horas a tomografia pode ser normal tanto no AVC quanto no AIT, por isso, caso disponível, o ideal é a realização de ressonância magnética que consegue detectar a lesão mais precocemente.

“O paciente com AIT deve ser internado e conduzido de forma semelhante ao AVC, já que pode ocorrer recorrência dos sintomas neurológicos e necessidade de investigação da causa”, orienta a especialista.