O atual diretor de normas do Banco Central, Alexandre Tombini, deve ser confirmado na quarta-feira 24 como o novo presidente da instituição. Ele vai substituir a Henrique Meirelles, que ficou oito anos no cargo.

Para o mercado financeiro, Alexandre Tombini sinaliza a continuidade da política monetária desenvolvida por seu antecessor, Henrique Meirelles. Ao mesmo tempo em que é visto como menos severo quando o assunto é o juro básico e, portanto, mais alinhado ao pensamento do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Nascido em 9 de dezembro de 1963, na cidade de Porto Alegre, Alexandre Tombini formou-se bacharel em Economia pela Universidade de Brasília. É Ph.D no assunto pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

O novo presidente é funcionário de carreira do Banco Central (BC). Começou no banco em 1998, como consultor, e em 1999 assumiu a chefia do Departamento de Estudos e Pesquisas. Esteve fora do BC entre 2001 e 2005, quando trabalhou como assessor sênior da Diretoria Executiva no escritório da representação brasileira do Fundo Monetário Internacional (FMI). Teve participação nas negociações do País com o fundo em todo período.

Voltou ao BC para assumir a Diretoria de Estudos Especiais e, posteriormente, a Diretoria de Assuntos Internacionais em 2006. Desde então, é Diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central.

Para analistas de mercado, é o nome certo. ?É uma pessoa ótima. Em se tratando de Banco Central, é preciso saber ser moderno e conservador ao mesmo tempo?, afirma José Luiz Rodrigues, sócio da consultoria JL Rodrigues, Carlos Átila & Consultores Associados. Segundo Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos, o fato de ser um funcionário de carreira indica que Tombini deve dar continuidade à política monetária, o que gera tranquilidade no mercado.

Sobre possíveis pressões políticas que Tombini possa vir a sofrer, Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management, afirma que ?quem sofre pressão política é político?. Por esse motivo, ele não acredita que Tombini terá dificuldades no cargo. Já para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o novo presidente terá um desafio importante, uma vez que a inflação vem crescendo a taxas acima do centro da meta.